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169 anos sem Anita

Amanhã, 4, transcorre os 169 anos da morte de Anita Garibaldi. Aqui, apresentamos, um pouco de sua história. Ana Maria de Jesus Ribeiro, nasceu em 30 de agosto de 1821 em Laguna, filha de Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus. Do seu pai parece ter herdado a energia e a coragem pessoal, revelando desde criança um caráter independente e resoluto. Aos 18 anos conheceu José Garibaldi que viera com as tropas farroupilhas de Davi Canabarro e Joaquim Teixeira Nunes tomar a Laguna em julho de 1839, fundando a República Juliana dos Cem Dias. Seu encontro com Anita resultou em amor a primeira vista, dando origem a um dos mais belos romances de amor e dedicação incondicionais. A 20 de outubro de 1839 Anita decide seguir José Garibaldi, subindo a bordo de seu navio para uma expedição de corso até Cananéia. Sua lua de mel tem lances de grande dramaticidade: Em Imbituba recebe seu batismo de fogo ao serem os corsários atacados por forças marítimas legais. Dias depois, a 15 de Novembro, Anita confirma sua coragem ímpar e amor heróico a Garibaldi e à cansa na célebre batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, em que se expõe a mil mortes ao atravessar uma dúzia de vezes num pequeno escaler a área de combate para transportar munições em meio de verdadeira carnifi cina humana. Com o fim da efêmera República Lagunense, o casal segue na retirada para o sul. Subindo a serra, Anita combate ao lado de Garibaldi em Santa Vitória, passa o Natal de 1839 em Lages, toma parte ativa no combate das Forquilhas (Curitibanos) à meia-noite de 12 de janeiro seguinte. Feita prisioneira de Melo Albuquerque, consegue deste comandante permissão para procurar no campo de batalha o cadáver de Garibaldi que lhe haviam dito morto. Foge depois espetacularmente, embrenhando-se pela mata atravessando o Rio Canoas a nado reencontrando as tropas em retirada e seu Giuseppe, oito dias depois. Em 16 de Setembro de 1840 nasceu seu primogênito Menotti em Mostardas, na região da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Doze dias depois do parto, é obrigada a fugir dramaticamente a cavalo, seminua e com o recém-nascido ao colo, de um ataque noturno de Pedro de Abreu durante a ausência de Garibaldi. Reencontrados depois, Anita e o filho seguiram, também, na posterior grande retirada pelo mortífero vale do Rio das Antas. Em 1841, dispensado por Bento Gonçalves, Garibaldi segue com a pequena família para Montevidéu, engajando-se nas lutas uruguaias contra o tirano Rosas. A 26 de Março de 1842, Garibaldi casa com Anita na antiga Igreja de São Francisco de Assis. Nos anos seguintes Anita tem mais 3 filhos Rosita, Teresita e Riccioti. Em fins de 1847 segue Anita com seus três filhos para a Itália, para Gênova e Nice sendo seguida pelo marido poucos meses depois. Na Itália Anita Garibaldi deu múltiplas demonstrações de aprimoramento intelectual, aparecendo como esposa condigna do herói italiano. Infelizmente a vida de Anita foi demasiado curta. Em meados de 1849 vai a Roma sitiada pelos franceses ao encontro do marido, e com ele e sua Legião italiana faz a célebre retirada, dando repetidas mostras de grande dignidade e de coragem em lances de bravura frente aos inimigos austríacos. Grávida pela quinta vez e muito doente, não aceita os conselhos para permanecer em San Marino para restabelecer-se. Não quer abandonar o marido quando quase todos o abandonam. Acompanhado de poucos fiéis, ziguezagueando pelos pântanos ao Norte de Ravenna, fugindo dos Austríacos, prometendo pena de morte a eles garibaldinos e a quem lhes ajudasse José Garibaldi vê definhar rapidamente a mulher que mais amou na vida e de sua coragem disse desejara muitas vezes fosse a dele! Pelas 19 horas do dia 4 de agosto de 1849, Anita Garibaldi falece nos braços do esposo em pranto, longe dos filhos, num quartinho do segundo pavimento da casa dos irmãos Ravaglia em Mandriole, próximo a Santo Alberto.

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