Geral

33 anos sem Ivaldo Roque

No próximo dia 17, ou seja na terça-feira, serão completados 33 anos de falecimento de Ivaldo Roque, o nosso grande compositor e cantor que, no período em que viveu em Porto Alegre elevou o nome de sua terra natal, trabalhando no Correio do Povo, lecionando na Faculdade Palestrina, integrando o grupo Pentagrama (ao lado de feras como Kenny Braga, Loma, Osvil Lopes e Jerônimo Jardim), participando de festivais de música, logo compondo muito e com qualidade, ora sozinho, ora em parceria de outros compositores. Em Laguna e em Porto Alegre, Roque recebeu homenagens, dando o seu nome a ruas  (na capital gaúcha no bairro Chapéu do Sol e aqui no bairro Roseta).

Nascido em Laguna, Ivaldo Roque antes de completar a maioridade, deixou a família e os amigos da Roseta, bairro onde nasceu e se criou, foi para a cidade de Porto Alegre em busca de melhores oportunidades. Lá chegando enfrentou muitas dificuldades, tendo de trabalhar como servente de pedreiro nas construções da capital gaúcha. Sem nenhum parente, sem residência fixa e menor de idade, foi levado para um internato onde aprimorou seu talento como violonista, herança herdada de seu pai que era músico, além de aprender a profissão de linotipista. Quando alcançou a maioridade saiu do internato e foi trabalhar no jornal Correio do Povo, da Empresa Jornalística Caldas Júnior, ao mesmo tempo em que começava a mostrar seu talento musical, tornando-se um dos mais respeitados músicos do Rio Grande do Sul, apresentando-se em casas noturnas de Porto Alegre, como o famoso restaurante “Vinha D’Alho”, da rua Bento Gonçalves, onde conheceu grandes nomes da música como Lupicinio Rodrigues, Elis Regina, Hermes Aquino, Belchior, Plauto Cruz, Talo Pereyra, Loma, Jerônimo Jardim, Eliana Pitman, Peri Ribeiro, Beta Jagger, Robson Barenho, Giba, Vitor Ramil, José Fogaça (ex-senador e prefeito de P. Alegre), Carlos Alberto Roxo, José Matzembacher, entre outros. Também foi professor de violão na Faculdade de Música Palestrina. Fez parte de vários grupos musicais famosos como o Pentagrama, com quem gravou vários discos. Além de violonista foi também um excelente compositor, tendo participado de muitos festivais, como o da Califórnia da Canção Nativa, vencendo alguns deles. É dele a autoria da música em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira de Porto Alegre e que se tornou hino oficial da grande e tradicional festa religiosa que acontece todos os anos, (dia 2 de fevereiro) na capital gaúcha. Cantores famosos como Eliana Pitman, Peri Ribeiro e Elis Regina, gravaram algumas de suas composições. Como compositor, Ivaldo também fez sambas enredos para as escolas de Samba Praiana, de P. Alegre, Brinca Quem Pode, Mocidade Independente e Democratas, de Laguna. É dele também, a bela música “Perfume de Praia” em homenagem ao pescador, que foi tema musical de um dos mais belos momentos da encenação “A República em Laguna”. Mas na bela Porto Alegre, que tão bem acolheu o nosso Ivaldo, ele também fez sucesso na Rádio Gaúcha, apresentando o programa “Gaúcha dá samba”, sempre em companhia de Carlos Alberto Roxo e Cláudio Brito. Mas lá ele casou e teve dois filhos (um menino e uma menina). Divorciado voltou para a cidade natal, casando-se pela segunda vez e tendo mais duas filhas. Já aposentado, passou a viver como sempre  sonhara, junto de sua mãe, de seu irmão e de seus amigos. Mas nunca parou de trabalhar, atuando aqui nas duas emissoras de rádio, no jornal O Renovador, onde assinava uma coluna, ministrando aulas de violão e até desempenhando por algum tempo, como assessor de imprensa da Prefeitura. Faleceu no dia 17 de abril de 1985. Após 33 anos de sua morte, ainda sentimos muitas saudades do amigo. Em sua homenagem, aqui está a letra de “Perfume de Praia”, também chamada por ele de “Maresia”, sua última composição: “O galo que te anuncia / também revela que o dia / te chama pra navegar / mas depois de tanto abraço/ com que braços vai remar / a canoa que te leva / talvez te sirva de cama / na hora de descansar / mas se tens todo meu corpo porque te cansas do mar / pescador do peito quente / trás teus peixes e presentes / bem antes que a tarde caia / das algas quero sementes / de ti perfume de praia / laiá, laiá, lá, laia,laiá….”

33 ANOS

Compositor e cantor, 33 anos depois de seu falecimento, Ivaldo Roque continua sendo lembrado por todos aqueles que conheceram a sua arte, fosse pelos sambas enredos de nossas escolas, fosse pelas canções que ganharam o mundo, como Moda de Sangue, Elas por Elas e Morada, aliás dele e de Jeronimo Jardim, gravada em 1979 por Jardim e em 1980 por Elis Regina no disco Saudade do Brasil e que, com destaque foi tema da novela Coração Alado, da Rede Globo. Tamanho o sucesso daquela canção, que também foi regravada em 1997 no Grandes Mestres da MPB-Vol. 2, no CD Elis Vive, com a Pimentinha. Outro grande sucesso, à nível nacional, foi Porto Seguro, com gravação de Eliana Pittman.

Outras composições de Ivaldo

Em 1967, Batucada, em parceria com João Luis Palmeiro, em 197 Porto Seguro, em parceria com Mutinho e gravação de Eliana Pittman, 1975 Côto de Vela, gravada pelo Grupo Pentagrama, em 1976, Pra Um Dia Poder Voltar, em parceria com Osvil Lopes e gravação do Grupo Pentagrama, Canção da Volta, parceria com Kenny Braga e gravada pelo Grupo Pentagrama , Cobra Luz, Maria Fumaça, Elas Por Elas, Morada, Oração da Colheita, Passa Ficará, Passarinheiro, Pingo de Cor e Fandangueira, parcerias com Jerônimo Jardim e gravações do Grupo Pentagrama, em 1980 Canto da Roda, em parceria com Talo Pereyra e Robson Barenho, gravada por Raul Elwanger e Nana, em 1984 Passarada, em parceria com Talo Pereyra e Robson Barenho e gravação de Gloria Oliveira e depois em 1999 da sempre querida cantora Loma.

Deixe seu comentário