Perfil

Emeline Ramos Feuser Gruner

A oportunidade trabalhar com seres humanos puros de coração. É desta forma que Emeline Ramos Feuser Gruner justifica sua atuação e prazer em trabalhar na Apae de Laguna, onde responde como diretora pedagógica. Formada em Pedagogia, concursada, inclusive aprovada no único concurso realizado pelo estado para suprir as necessidades da entidade, a lauro-milense que está às vésperas de carregar nos braços seu melhor e maior presente, David, conta aos leitores um pouco mais de sua trajetória de vida e os motivos que a fizeram chegar à terra de Anita. Filha de “seo” Valmir e de dona Maria Alvina, Emeline lida com os portadores da síndrome de down desde a adolescência: “Minha mãe trabalhava na Apae de minha cidade natal. Inevitavelmente acompanhava a sua rotina, e ao fazer minha escolha profissional, fui muito incentivada a seguir seus passos. Ocorreu de forma sutil e natural. Quando vi estava formada e já trabalhando nesta área”. Casada com o lagunense Rodolfo, ela foi apresentada a “terrinha” por intermédio dos avós, que aqui veraneavam: “Minhas férias sempre foram sinônimo de Laguna. Em um destes verões, acabei conhecendo meu marido e fui fixando cada vez mais raízes”. Após sua aprovação no concurso, em 2002, e o casamento, em 2011, acabou apenas transferindo sua lotação para a nova cidade, onde tempos depois, seria convidada para uma nova empreitada: “ Atualmente atuo como diretora pedagógica, sendo responsável pela parte administrativa, e fazendo o atendimento aos professores, pais e alunos”, esclarece. Apaixonada pelo que faz, garante que não se vê exercendo outra atividade: “Não trocaria meu emprego por nenhum outro no mundo. Vesti a camisa de uma tal forma que hoje não saberia viver sem esta rotina, sem meus colegas e claro, sem os alunos, que me oportunizam uma interação de amor, uma troca de verdade, sem maldade no coração. Nos dias de hoje, em um mercado de trabalho tão competitivo, estar cercada por pessoas assim, é quase raridade”.  Hoje, nossa Apae atende 126 alunos e conta com uma equipe de 20 professores, oito profissionais da saúde e 12 pessoas divididas entre o administrativo e serviços gerais. Quando questionada sobre a evolução e receptividade da sociedade perante os portadores da síndrome,  avalia com sua experiência: “Creio que hoje a aceitação é infinitamente maior, principalmente após a lei da inclusão, que fez com que o portador fosse inserido no dia a dia das pessoas, seja como colega de classe de aula ou de trabalho”. Na expectativa pela chegada do primeiro filho, é a David, que ela canaliza todos os planos para o futuro:” Estou muito ansiosa. Na verdade, estou contando os minutos para poder ver seu rostinho. Apesar de saber que estou prestes a me aventurar neste universo da maternidade, que tomará grande parte do meu tempo, o meu trabalho tem e sempre terá um espaço definido em minha vida. Quero continuar fazendo o meu melhor pela instituição”.

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