Letícia Zanini

O eterno insatisfeito

Você já parou para pensar quantas vezes reclama de algo ao longo de um único dia? Não? Então repare, talvez você se surpreenda. Um outro exercício que gera menos resistência é olhar ao redor, quantas pessoas você olha e pensa, mas porque reclama tanto? Tem gente que reclama quando faz sol porque está calor, reclama da chuva porque faz frio, e passa as quatro estações numa frustração de dar dó. Nas empresas, isso não é diferente. Reclamam do almoço no refeitório, reclamam do treinamento, reclamam do uniforme, do líder, do horário e por aí vai….
Será que é normal ser insatisfeito? É claro que somos seres humanos, imperfeitos , logo a insatisfação não deve ser vista apenas como algo negativo, pois é a partir dela que temos a oportunidade de mudar as coisas que não estão como gostamos. A gente não pode confundir essa insatisfação que é o que lhe tira da zona de conforto com aquele que lhe confere o título de reclamão. É uma linha tênue. O que diferencia é a intensidade e frequência que permanecemos no reclamar. Se você ficar muito tempo na reclamação, focado na insatisfação, você passa a viver de forma frustrante, não se contentando com nada que possui. O que lhe impossibilita de viver o presente e tira o foco da ação para mudar.
Existe dois tipos de insatisfeito, o que ficou viciado em reclamar e o insatisfeito que, momentaneamente, vive períodos de insatisfação. Reflita em qual dos dois tipos você se encaixa mais? E, claro, pense em como sair dessa condição. Aliás, é uma boa pergunta, como sair dessa condição? Bem, como sempre, quando falamos de comportamento é preciso disciplina e desejo de mudar, não tem milagre e nem receita de bolo, o que deu certo para o seu colega não é condição “sine qua non” de seu sucesso.
Algumas ações como focar no presente, agradecer pelas coisas positivas no seu dia, aprender com pessoas que reclamam menos que você, pensar no futuro ideal, aquele diferente do agora e claro, o que você pode fazer para ficar próximo a esse futuro desejado. E, se ainda assim não surtir efeito, a psicoterapia e processos de Coaching são ferramantas fantásticas para o autoconhecimento.
Nós somos seres humanos, somos seres de faltas, é o nosso desejo pelo que não temos que nos movimenta. Isso deve ser positivo e empolgante. A diferença está na dose, se focar muito na falta você vai focar demais no que não possui e vai potencializar o sofrimento pela ausência das coisas. Foque sim no que lhe falta, mas de forma a ser combustível para sua mudança. Pare de reclamar e faça melhor, por você, por quem convive com você.

Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental

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