Geral

Patrimônio Cultural

Um pouco da história de Laguna

RESIDÊNCIA DE ANITA GARIBALDI

Ana Maria de Jesus Ribeiro casou-se em 30 de agosto de 1835 com Manoel Duarte, um sapateiro. Viveram nesta casa após casados, por aproximadamente 2 anos, até o momento em que ela começou a inteirar-se e tornar-se partidária da Revolta Farroupilha, por influência de seu tio, vindo mais tarde conhecer Giuseppe Garibaldi.

Típica construção do período colonial, de lote estreito e comprido, cujas paredes deveriam ser construídas nos limites do terreno, tanto laterais (geminadas), como frontais (alinhadas ao passeio público), sem espaço para ajardinamento.

As duas fachadas desta casa (nas ruas Fernando Machaco e Osvaldo Cabral) se diferem, pois uma delas foi remodelada em 1826, recebendo portas com acabamento superior em arco pleno [Fig. 2 e 4].

Por ser um lote estreito, a conformação do telhado é em duas águas, cada uma voltada para um lado da rua com pequeno beiral, neste caso com acabamento em cimalha. Para época, era considerada uma casa de boa localização, já que o comércio se concentrava nesta rua em função da atividade portuária.

Este imóvel foi tombado individualmente pela Prefeitura Municipal de Laguna, em Decreto Nº 17 de 1978 e está inserido na poligonal de tombamento do conjunto urbano e paisagístico do Centro Histórico de Laguna, efetuado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1985.

ARQUIVO MUNICIPAL CASA CANDEMIL

Este imóvel foi construído em meados do século XIX, por Manoel José Dias de Pinho. Apresenta influências da arquitetura luso-brasileira e eclética, com alinhamento junto ao passeio. No início da década de 1990 o prédio estava praticamente arruinado, sendo doado ao IPHAN em 1997, pela família Candemil. A partir de então, o Iphan promoveu as obras de restauração e instalou, em parceria com a Prefeitura Municipal de Laguna, o Arquivo Público Municipal.

Trata-se de uma edificação térrea, com janelas de guilhotina em madeira envidraçada e postigos internos também de madeira. Possui quatro meias-portas (portas holandesas ou saia e blusa) de acesso com bandeira alta. A cobertura é de três águas, coberta com telhas cerâmicas tipo capa-e-canal. Apresenta platibanda vazada com balaústres. Possui um pequeno pátio lateral junto à face leste. Nas obras de restauração ocorridas em 1997 foram refeitos o assoalho tabuado e o forro de saia-e-camisa [Fig. 3]. Sua última obra de restauração foi concluída em outubro de 2018.

Este imóvel foi tombado individualmente pela Prefeitura Municipal de Laguna, em Decreto Nº 17 de 1978 e está inserido na poligonal de tombamento do conjunto urbano e paisagístico do Centro Histórico de Laguna, efetuado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1985.

SEDE DA SOCIEDADE MUSICAL CARLOS GOMES

A Sociedade Musical Carlos Gomes é uma importante entidade para a cultura nacional, sendo a segunda banda musical mais antiga do Brasil em atividade, já que a mais antiga é a União dos Artistas, também de nossa cidade. A Sociedade surgiu pela campanha abolicionista em abril de 1882, depois de sancionada a Lei do Ventre Livre, como Sociedade Musical “Santa Cecília”. Após a assinatura da abolição da escravatura dominou-se “13 de maio” e em 1896 Sociedade Musical “Carlos Gomes”, nome que até hoje conserva, em homenagem ao autor de “O Guarany”.

Promover educação musical, ministrar músicas e contribuir para o amparo legal e social da coletividade fazem parte dos objetivos da Sociedade Musical. A Banda desenvolve suas atividades nesta edificação desde 1953, contando com 46 integrantes, colaborando com a vivência e aprendizado musical do município e região. A Banda realiza apresentações em sua sede e, quando convidada ou contratada, acompanha as solenidades religiosas, patrióticas dentre outras promovidas pela sociedade regional.

A Banda Carlos Gomes e seu acervo são considerados patrimônio imaterial, pois preserva hábitos, costumes e tradições e sua documentação tem valor inestimável, sob o ponto de vista histórico e cultural.

MUSEU HISTÓRICO ANTIGA CASA DE CÂMARA E CADEIA

A Casa de Câmara e Cadeia foi construída em duas etapas. A primeira, iniciada com a vinda do Ouvidor geral Rafael de Pires Pardinho, entre 1720 e 1747, constitui o volume de telhado mais baixo, onde situa-se a escada lateral e a sineira. A segunda parte foi iniciada por volta de 1847 e concluída em 1860.

Este edifício, como o seu nome indica, abrigava as funções da municipalidade. No andar superior – a Câmara de Vereadores, a sala do Juri e a sala das audiências. No térreo a cadeia e o corpo da guarda policial.

Sua forma seguiu os modelos das Casas de Câmara e Cadeia construídas por todo o Brasil durante o período colonial. Este edifício foi tombado pelo IPHAN pela sua importância histórica e por ser um dos últimos exemplares ainda existentes. Entre os três estados da região sul do Brasil, resta somente outra Casa de Câmara e Cadeia do período colonial, na cidade da Lapa/PR.

Após seu Tombamento o Iphan executou uma obra de restauração em 1955, sendo em 1956 inaugurado como Museu Anita Garibaldi. A edificação passou por outra obra de restauração em 2010, para apresentar-se nas condições atuais e garantir sua acessibilidade. Fechado desde o dia 1º deve passar por algumas reformulações internas.

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