Gente de nossa terra

Pedro Raymundo

★29/06/1906
✝10/07/1973

Mesmo tendo nascido na praia da Casa Grande, em Imarui, em 29 de junho de 1906, filho de Maria Umbelina e João Felisberto, foi com Saudades de Laguna, cujo sucesso atingiu todo o País, que ele começou a brilhar. Daí considerá-lo lagunense. Iniciou sua vida como pescador. Foi oleiro, mineiro (em Lauro Muller), balconista na loja Novo Paraiso, aqui em Laguna, ferroviário, condutor de bonde e músico em Porto Alegre. Em 1926, casou-se com Maria  Luiza Nunes, nascida em Orleans, com quem teve três filhos. Mas aqui, junto com os também saudosos Agenor e Antônio Bessa, integrou o conjunto “Choro Chorado”, tocando e cantando valsas, modinhas, canções românticas e chorinhos. Um caso amoroso fora do casamento, teria feito Pedro Raymundo pedir demissão da firma e mudar-se para Porto Alegre, preservando a união com Luiza. Na capital gaúcha, onde empregou-se como condutor de bondes da Carris, nas horas de folga apresentava-se no Mercado Público e no Café Comercial, esquina hoje das ruas Doutor Flores com Júlio de Castilhos. Em 1935 cantou no programa “Campereadas”, de Lauro Rodrigues, da Rádio Gaúcha, indo depois para a Rádio Farroupilha, onde formou o quinteto “Os Tauras”, só dissolvido em 1943, quando Raymundo decidiu mudar-se para o Rio, onde passou pelos programas Hora do Pato, de Héber Boscoli, Aí vem o pato, de Jorge Cury, Papel Carbono, de Renato Murce, Manoel Barcellos, César de Alencar, Paulo Gracindo, Luis Vassalo, Ari Barroso, Jararaca e Ratinho, Oduvaldo Cozzi e Aerton Perlingeiro, uns na Rádio Nacional e outros na Tupi e Clube. Em seguida gravou o primeiro disco, de 78 rotações, pela Gravadora Continental, com as músicas Tico-tico no terreiro e Adeus Mariana. Aliás, em 44 foi contratado pela Nacional do Rio para atuar no programa “Coisas do  Arco da Velha”, com Floriano Faissal, Brandão Filho e Walter D’Avila. Também em 48, na Rádio Globo, fez “Coisas que o vento levou”, ao lado de Jorge Goulart e Francisco Carlos e em seguida excursionando pelo norte do País e em São Borja, no Rio Grande do Sul, onde foi cantar para Getúlio Vargas e João Goulart. Ele ainda fez muitos shows em Belo Horizonte e Recife, ao lado de Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, Nilo Chagas, Dora Lopes, Ari Cordovil e Ases do Ritmo. Em 1949, participou do filme Uma Luz na Estrada, de Pedro Bloch e em 58 do filme “Nobreza Gaúcha”. Em 1959, o seu polegar direito, exigiu-lhe uma cirurgia, deixando-o inativo por mais de dois anos. Em 1963 voltou para Porto Alegre, de onde voltou ao sul catarinense para atuar nas rádios Eldorado, de Criciúma e Diário da Manhã( hoje CBN), da capital. Em 1971, foi novamente para Porto Alegre, onde por um ano, na Rádio Gaúcha, apresentou o “Programa Pedro Raymundo”. Doente, foi levado para o Hospital do INSS, no Rio de Janeiro, onde, vítima de câncer, veio a falecer em 10 de julho de 1973, aos 67 anos de idade. Dois meses antes, a Câmara de Vereadores de Laguna havia lhe concedido o título de cidadão lagunense, aliás sua segunda cidadania honorária, já que em 1971 a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, havia lhe tornado cidadão do Estado da Guanabara. Divulgou Laguna como poucos, aliás sempre enaltecendo o amor que tinha pela cidade, fosse pela música “Saudades de Laguna” ou quando dizia que aqui passou os melhores anos de sua vida.

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