Laguna

Projeto Cidade Reencontrada – Viagem ao interior do Cine Mussi: Segunda investigação sobre a obra

Em nossa coluna de novembro, falamos um pouco sobre a história da edificação do Cine Mussi e seu projeto de reabilitação e restauro iniciado no ano de 2011 com previsão de término para o primeiro semestre de 2014. Comentamos que, por sua aparência externa, a obra passa a impressão de estar caminhado a passos lentos; pouco parece ter mudado ao longo destes quase dois anos de trabalho. Entretanto, ao perceberem o entra e sai de pessoas por entre os tapumes, as alunas da segunda fase do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Beatriz Costa Bergler, Juliane Farenzena, Kamilla Prestes e Nicole Oliveira da Silva decidiram investigar mais profundamente o que se passa nos interiores desta edificação silenciosa. A ideia de visitar o interior do Cine Mussi surgiu durante o processo de estudo para o projeto “Formação do Olhar”, junto à disciplina de Estudos Socioeconômicos e Ambientais, ministrada na universidade pela professora Renata Rogowski Pozzo. O projeto é uma iniciativa que objetiva o desenvolvimento da percepção dos alunos quanto às transformações cotidianas na paisagem urbana de Laguna, e compreende observação, entrevistas, fotografias e relatos semanais sobre um enquadramento escolhido, no caso das alunas, uma vista das docas da lagoa em direção ao Cine Mussi, com foco para esta edificação. Seguindo uma das primeiras lições do urbanismo, as alunas não se contentaram com a aparente monotonia da obra; curiosas, resolveram entrar. As imagens que os leitores acompanharão a partir daqui, é resultado desta investigação ao interior do cinema. A visita das alunas à obra aconteceu no mês de novembro de 2013 e foi gentilmente acompanhada pelo engenheiro Mário Jorge, que explicou sua estrutura e seu andamento. O projeto que está sendo executado abrange vários fatores de importância, como, por exemplo, a questão da acessibilidade. Há a dificuldade de que a restauração seja fiel aos materiais originais, sabendo que muitos já não existem mais, já que a construção do edifício data do final da década de 1940.

FACHADA: Mário explica que as fachadas ainda estão praticamente inalteradas em virtude de uma pesquisa complexa que está sendo realizada sobre a técnica para composição do reboco, objetivando atingir a mesma textura, cor e aparência.
CADEIRAS: As cadeiras, que foram totalmente retiradas, serão em parte recolocadas em um espaço interno à edificação reabilitada, dedicado à memória do Cine Mussi. Outra parte foi doada para auditórios da região.
JANELAS: As venezianas das janelas externas foram retiradas, o que revelou uma parede de concreto aparente. Muitas pessoas comentam que as janelas foram fechadas durante a reforma, quando na verdade elas sempre foram assim: as aberturas eram parte da composição estética da fachada.
VITRAIS: Os vitrais serão restaurados, e as peças perdidas serão substituídas por outras similares que estão sendo procuradas, na tentativa de deixa-los semelhantes ao estado original.
SALA DE PROJEÇÃO: A sala de projeção e a central de força serão mantidas no mesmo lugar.
Nosso projeto encerra seu primeiro ano de atividades muito satisfeito com as descobertas e ações relativas ao cinema realizadas na cidade. Faremos uma pausa com as matérias no JL, mas retornamos em março com mais relatos de nossos caminhos para vocês.
“O cinema não tem fronteira nem limites. É um fluxo constante de sonho”. Orson Welles.

 

Texto: Alunas Beatriz Costa Bergler, Juliana Farenzena, Kamilla Prestes, Nicole Oliveira da Silva e Professora Renata Rogowski Pozzo.
PROJETO CIDADE REECONTRADA
Coordenação: Prof. Renata Rogowski Pozzo.
Bolsistas: Braian Souza Baggio, Camila Marcello, Amanda Dal Molin, Amanda Krieger, Rubens Thiesen, Lais Pina, Rodrigo Amorin, Kamilla Tavares, Isadora Cardoso.

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