Aquicultura e Pesca

Retomada do cultivo de camarões no nordeste na presença de doenças: É possível?

A coluna desta semana destaca uma matéria recentemente publicada no Diário do Nordeste que abordou a retomada no cultivo de camarões marinho por meio de investimentos em tecnologia que elevam a produção do crustáceo e reduzem custos com captação e renovação das águas.

A situação vivida no nordeste, principalmente os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, é de recuperação e ainda atração de investidores de outras áreas. Atraídos pela valorização do camarão provocada pela doença da “mancha branca”, que afetou a produção local, empresários cearenses de ramos como a fruticultura, entre outros, estudam investir na carcinicultura para ampliar a rentabilidade de seus negócios. Os empresários cearenses que cogitam entrar no ramo planejam a utilização de novas tecnologías como a de bioflocos (do inglês Biofloc Technology System ou simplesmente “BFT”). Alguns projetos-piloto já estariam começando a serem executados no Estado, segundo a matéria. Empresários do setor de fruticultura apontam que, apesar do grande investimento necessário para iniciar e manter o cultivo de camarões com essa tecnologia, a alta rentabilidade do negócio compensa o dinheiro desembolsado.

Cultivo de camarão branco Litopenaeus vannamei em Laguna realizado no passado. Experiências atuais do nordeste poderiam ajudar  a retomar a produção no  sul do Brasil?  (Foto: Maurício Emerenciano)

Cultivo de camarão branco Litopenaeus vannamei em Laguna realizado no passado. Experiências atuais do nordeste poderiam ajudar
a retomar a produção no
sul do Brasil?
(Foto: Maurício Emerenciano)

O presidente da Associação Cearense de Criadores de Camarão (ACCC), Cristiano Maia, afirma que a produção de camarão no Nordeste caiu 40% entre maio do ano passado e abril deste ano por conta de perdas relacionadas ao vírus da mancha branca. Mas destaca que já há uma recuperação do setor e que se espera que a produção retorne, em 2018, aos níveis de 2015. “Agora, no mês de maio, começou a haver uma recuperação dos viveiros. O preço do quilo do camarão já caiu cerca de 30% desde a Semana Santa. Se espera ainda uma recuperação de 15% no segundo semestre, trazendo alívio ao consumidor”, aponta o empresário. Como em qualquer outro ramo do agronegócio o investimento em tecnologías é um caminho sem volta, ainda mais na presença de doenças e necessidade de maior biossegurança. Seria então este o caminho para a retoma dos cultivos na região Sul do Brasil?

Prof. Dr. Maurício G. C. Emerenciano, Zootecnista

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