Perfil

Rivelly Rodrigues

A partir de domingo, 19, o uso de máscaras passa a ser obrigatório em âmbito municipal. E a focalizada da coluna Perfil desta edição, está com sua máquina a todo vapor, produzindo inúmeras peças, que suprem a função principal, de proteção, aliada a moda, com um mix de estampas e tecidos dos mais diferentes e estilosos.
Lagunense, aos 39 anos, a técnica em Design de Moda e especialista em modelagem sob medida, Rivelly Rodrigues comenta sobre a atual fase de sua profissão: “As máscaras já foram usadas em outros momentos da nossa história e agora mais do que nunca temos a necessidade de usá-las de forma preventiva. Procuro conscientizar a importância de usarmos para proteger a quem amamos e toda a comunidade. A procura tem sido grande, além de ser uma delícia fazer”.
Casada com André, mãe de Beatriz e Lavínia, ela recorda um pouco de sua trajetória: “A paixão pela moda surgiu durante minha adolescência. Inicialmente como produto de consumo. Sou da época em que surgiram e despontaram grandes grifes no cenário nacional, como Alexandre Hercovitch, Ronaldo Fraga, Jum Nakao e Gloria Coelho, que exerciam o verdadeiro conceito de moda. A habilidade somente tinha nos traços que adorava desenhar e sugerir modelos para as amigas da escola. Meus primeiros ensinamentos na costura e modelagem foram com minha professora da faculdade, Ana Maria. Colei nela o curso inteiro e aprendi técnicas que não eram passadas em sala de aula. Praticamente passei todos os anos de estudo em período integral, durante o dia no ateliê e à noite em sala de aula. Organizava e limpava todo o espaço do Atelier universitário para que pudesse usá-lo fora do horário de aula. Foi extremamente importante para mim iniciar dessa forma, pois consigo aplicar essa base em todo o desenvolvimento do meu trabalho”, explica.
Exercendo a profissão desde 2009, Rivelly passou por instituições conceituadas de ensino profissionalizante, como Sesc e Senai e desenvolvendo modelagens para algumas empresas, até decidir abrir seu próprio espaço em 2015: “Primeiramente optei por trabalhar com moda, minha paixão e formação e para isso precisei de maior capacitação prática e técnica. Então, fiz o meu primeiro curso prático e no ano seguinte me tornei professora de corte e costura industrial. Dois anos depois, entrei na maior instituição de ensino profissionalizante do país e isso me tornou uma profissional completa, pois além de desafiador, pude exercer vários segmentos na área, desde aulas básicas de costura até a coordenação do Técnico em Produção de Moda com a abrangência de várias faixas etárias. Mas havia uma inquietação dentro de mim, uma vontade enorme de realizar desejos através de minhas habilidades. Então, com muito esforço e empenho, abri as portas do Encanto Ateliê Costura & Design”.
E se engana quem pensa que trabalhar com moda é puro glamour. Isso é apenas o resultado de muito trabalho duro: “Para que meus clientes estejam satisfeitos com meu serviço e façam o maior sucesso com suas peças, é necessário muita pesquisa de informações e tendências, busca de materiais, desenvolvimento e testes na modelagem até chegar ao produto final. Todas as etapas são executadas por mim, sendo o processo totalmente artesanal embasado no conceito slow fashion.
A possibilidade de realizar o desejo de alguém, de fazer aquela pessoa, criança ou adulto se sentir especial, único. Como meu trabalho é exclusivo, existe uma troca muito grande durante a execução, a expectativa de como ficará pronto, é muito divertido. E o reconhecimento da pessoas, o feedback, isso não tem preço para mim. Não existe nada mais gratificante no meu trabalho”.
Filha de dona Eduvirges e do saudoso “seo” José Irani, ela aponta aquele que considera seu desafio profissional: “O maior deles é a capacidade de me reinventar. A moda é cíclica, muda constantemente. Preciso estar atenta ao que o cliente precisa, mas também ao que é moderno e atual, já que acabo trabalhando diretamente com a imagem”.

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