Cyro Barreto, Ademir Arnon, Moacir Pereira Osmar Aires Teixeira
Reconhecidas entidades como a Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista foi celebrada na noite desta última segunda-feira, 4, pelos 90 anos de fundação e existência, em uma sessão especial realizada a pedido da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Durante a sessão, que foi conduzida pelo deputado Padre Pedro Baldissera, também foram destacados os jornalistas que presidiram a ACI, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido frente à entidade.
Na abertura, um vídeo discorreu sobre a história da associação, que foi fundada em julho de 1932 na capital do estado por um grupo de 31 jornalistas, sob a liderança de Altino Flores. A atuação do grupo chegou a ser interrompida no período do Estado Novo, durante o governo de Getúlio Vargas, mas foi retomada ainda na década de 1950, sob o nome de Associação dos Profissionais de Imprensa, agremiação que também deu origem ao atual Sindicato dos Jornalistas.
Em mais um capítulo da sua história, no ano de 1968, o jornalista Alírio Bossle fundou a Casa do Jornalista, abrangendo o Sindicato dos Jornalistas, assim como o Sindicato dos Radialistas e a Associação dos Cronistas Esportivos. Mais recentemente, na gestão do ex-presidente Osmar Teixeira, a entidade retornou à sua denominação inicial de Associação Catarinense de Imprensa.
Valorização do jornalismo
Em seu pronunciamento, o presidente do conselho superior da ACI, Ademir Arnon, declarou sentir-se honrado por representar os homenageados da noite, que também incluiu os jornalistas Moacir Pereira, Cyro Barreto e Osmar Teixeira. “Acompanhei de perto cada trabalho que foi realizado, com dedicação, por essas três pessoas que tivemos a honra de ter como presidentes de nossa entidade. Aplaudo o esforço de cada um de vocês, que têm o meu respeito e gratidão.”
Ele disse ainda que, apesar da tradição de nove décadas, a ACI segue cada vez mais “respeitada, forte e vibrante” em sua missão de valorizar o jornalismo catarinense e promover a defesa da liberdade de imprensa, graças à renovação proporcionada pelos profissionais que constantemente ingressam no mercado da comunicação. “Felizmente tivemos a consciência e o bom senso de abrir espaço para os mais novos. A perenidade de uma entidade depende da renovação constante e o indivíduo mais experiente mostra mais sabedoria e compromisso com o futuro quando ele aceita deixar de ser o protagonista para servir de esteio aos que chegam.”
Na condição de presidente da ACI, Déborah Almada declarou que manter o compromisso dos fundadores da entidade, de zelar pela liberdade de expressão, tem sido uma tarefa desafiadora, pois ao longo dos últimos 90 anos muitos já tentaram calar a imprensa, ainda que sem sucesso. “Os subterfúgios usados foram muitos e ainda são: censura, pressão econômica, violência física e, mais recentemente, linchamento virtual, que costuma ser ainda mais agressivo quando o jornalista é mulher. Mas os jornalistas não se deixam intimidar. A história, como se sabe, reserva aos covardes as páginas de vergonha e irrelevância”, disse.
Neste sentido, ela declarou que diversas categorias de profissionais da comunicação, tais como repórteres, pauteiros, coordenadores, produtores, editores, cinegrafistas, fotógrafos, designers, radialistas, colunistas, dedicam seus dias para levar informações de qualidade para a população e merecem ter seu trabalho valorizado.
Ela também citou o trabalho voluntário realizado pela diretoria executiva da ACI, e as realizações promovidas nos dois últimos anos pela entidade, como um novo portal de notícias e identidade visual, o apoio aos profissionais da comunicação que passaram dificuldades durante a pandemia de Covid-19, a pintura da sede, uma parceria com a Esag Junior para melhorar processos de gestão, a realização de palestras com jornalistas de renome nacional, e o lançamento do Prêmio ACI Ocesc de Jornalismo. A dirigente revelou que entre as próximas iniciativas da associação estão a retomada de eventos presenciais como o projeto “Pautas e Panelas” e a realização do Encontro da Imprensa Catarinense, em Chapecó, no dia 6 de agosto deste ano.
Ao final, ela também parabenizou os homenageados da noite. “Sem o trabalho e a dedicação de vocês, certamente a gente não teria chegado onde conseguimos chegar. Muito obrigada pela contribuição às causas da ACI e pela amizade e companheirismo.”
Também participaram da sessão o presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desembargador João Henrique Blasi; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann; o subprocurador-geral de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, Alexandre Estefani; a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC); além de lideranças municipais e representantes de entidades de classe, empresas de comunicação e instituições acadêmicas.
Homenageados
Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista;
Cyro Barreto, presidente da ACI entre 1994 a 2000;
Osmar Aires Teixeira, presidente da ACI entre 2000 a 2004;
Moacir Pereira, presidente da ACI entre 2004 a 2007;
Ademir Arnon, presidente da ACI entre 2007 a 2020.