Na comemoração dos 341 anos de Laguna, o JL presta sua homenagem a terra de Anita, destacando cenários e símbolos que representam a identidade lagunense
Centro Histórico
O dia a dia, os compromissos, por vezes nos impedem de contemplar a beleza arquitetônica do Centro Histórico. Vale uma caminhada pelas principais ruas, que abrigam em torno de 600 casarios e monumentos históricos tombados desde 04 de outubro de 1978, pelo decreto lei da Prefeitura e que em novembro de 1985 foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O IPHAN possui escritório em Laguna, e realiza diversos trabalhos e projetos de educação patrimonial. As primeiras construções da “Vila” de Laguna eram de pau a pique, cobertas com palha, que aos poucos foram sendo substituídas por edificações de adobe, tijolo rústico um pouco maior que o normal, e pedra. Devido a influência dos alemães e italianos, a arquitetura eclética do Centro Histórico vem modificando aos poucos o espaço urbano, passando a aumentar o vazio entre as edificações. O estilo arquitetônico apresenta estilo clássico e gótico e se mistura com uma arquitetura cheia de ornamentação e decorativismo.
Sambaqui
Estão localizados em nossa cidade os maiores Sambaquis (sítios arqueológicos milenares) do mundo. Só no Farol de Santa Marta existem 3 destes sítios, testemunhando a presença de povos pré-colonizadores europeus, que encontravam uma variada fonte de alimentos nos rios, lagoas e no mar. Durante muitos anos as conchas que formam os Sambaquis foram usadas na pavimentação de estradas ou fabricação de cal, mas com a aparecimento das leis de proteção, a destruição destas conchas foi sendo contida. Muitas peças encontradas nestes Sambaquis hoje estão no acervo do Museu Anita Garibaldi.
Casa Pinto D’Ulysséa
Construída em 1866 pelo Tenente Coronel Joaquim José Pinto D’Ulysséa. A casa é uma réplica de uma quinta portuguesa, totalmente revestida com azulejos importados de Portugal, de muito luxo para a época. Conhecida também como “Casa dos Azulejos”, foi restaurada pelo IPHAN em 1982. Já foi a sede da Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo do Município e atualmente abriga a sede da Secretaria de Turismo, Lazer e Comunicação.
Pesca com auxílio do boto
A pesca com auxílio dos botos já faz parte da cultura lagunense e hoje atrai milhares de turistas para a cidade durante o ano todo. Estes mamíferos aquáticos são considerados os melhores amigos dos pescadores de Laguna. Os botos são uma espécie de golfinhos, que nascidos nesta região e em contato diário com o ser humano, acabam perdendo o medo e juntos começam a trabalhar. Não se sabe ao certo quando começou esta parceria, mas de acordo com a cultura local, já faz muito tempo. Estima-se que há cerca de 40 botos nas lagoas da cidade e todos são reconhecidos pelos pescadores por seus respectivos nomes, colocados por eles mesmos, como o Tafarel e seu filhote Borrachinha, Canivete, Chinelo, Juscelino, Chega Mais, Galha Torta e outros. Os Botos nascem, crescem e desaparecem nas Lagoas da cidade. A pesca ocorre durante o ano todo, sendo que nos meses de abril, maio e junho se torna mais atraente, devido ao ciclo da tainha. Para assistir este espetáculo é só de dirigir até os Molhes da Barra.
Nossa Senhora da Glória
Uma vista de cinema, contemplar e fazer pedidos a santa que zela pela cidade é uma boa opção para o fim de semana. Ainda que o acesso não seja dos melhores, o empenho vale a pena e a sugestão é que o passeio seja feito durante o dia. Com seus 126 metros de altura, é o ponto mais alto da cidade, de onde é possível admirar algumas das praias e o crescimento de nossos bairros. Aos pés da santa, muitos fiéis deixam suas placas de agradecimento por graças alcançadas. O monumento, que possui 14 metros de altura, foi idealizado pelo padre Gregório Warmeling e construído pelo casal alemão Alfredo Staege e Elisa Faccio Staege, em 1953.
Marco de Tordesilhas
Estudar história é tema obrigatório quando o assunto é turismo em Laguna. Inaugurado em 1975, o Marco de Tordesilhas, localizado no centro da cidade, marcou sua passagem na história mundial em maio de 1943, com a assinatura do Bula Inter Coetera, que dividia o Novo Mundo (Américas) entre Espanha (oeste) e Portugal (leste). Revoltado com a decisão, o Rei de Portugal, D. João II, que acreditava que a divisão de 100 léguas a partir do arquipélago de Cabo Verde era injusta, protestou e conseguiu alargar a linha do tratado para 370 léguas, sendo a nova decisão aplicada em 7 de julho de 1494. A linha demarcatória, ao sul, passa por Laguna e ao norte, em Belém do Pará. Esse acordo ganhou o nome de “Tratado de Tordesilhas” porque foi assinado na cidade de Tordesilhas, no norte da Espanha.
Pedra do Frade
Destino muito bem classificado entre os usuários do Trip Advisor, localizada na ponta norte da Praia do Gi, a Pedra do Frade intriga os visitantes, seja pela origem ou pelo desafio à gravidade. Trata-se de uma pedra retangular com 9 metros de altura por 5 de diâmetro, inclinada em relação ao solo rochoso onde está em pé. No alto desta pedra, outro pedaço de rocha, menor, que curiosamente se equilibra sobre a primeira.
Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos
Além de um templo de fé, a Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos pode ser considerado um verdadeiro acervo da história brasileira. Construída em 1696, por ordem do bandeirante e fundador de Laguna, Domingos de Brito Peixoto, que era muito devoto do santo, a pequena capela de pau a pique, que foi consagrada a Santo Antônio dos Anjos. A estrutura da igreja foi edificada em 1735, com em estilo barroco e quatro altares laterais folheados a ouro. Entre seus destaques, a Capela do Santíssimo, considerado o mais belo altar da arquitetura de Santa Catarina. Santo Antônio “ocupa” o altar mor da Igreja, que foi entalhado em 1803. As torres são um pouco mais novas: foram edificadas em 1894. O relógio é mais novo ainda: foi colocado em 1935. Além da relíquia de Santo Antônio, vinda da Itália, a igreja abriga a famosa tela de Nossa Senhora da Conceição, do pintor Victor Meirelles, feita em Roma, no ano de 1856.