Este artigo veio inspirado por um vídeo que fiz essa semana nas minhas redes sociais e recebi muitos feedbacks positivos. No vídeo, eu compartilhei com as pessoas acerca do meu dia, tão corrido que não tive tempo nem para me maquiar e aí, surgiu aquele pensamento: “será que vou gravar assim? Com essa cara de acabada?” E veio o insight: “sim, vou gravar e falar sobre isso”. Vivemos preocupados com o externo, com o que os outros vão pensar e, então, ficamos bitolados em nossa embalagem, mas me diga, o produto como fica?
Não vejo problema algum em cuidarmos da embalagem – o externo. Porém, não podemos só focar nisso. Existem pessoas que focam na embalagem porque quando olham para o interno não conseguem ver nada. Por isso, praticar a autogestão é fundamental. Olhar para você e conseguir definir com clareza quem é você, quem você quer ser, quais são os seus valores é de extrema importância para que represente com leveza o que você carrega dentro de si.
Esse excesso de cuidados externos e receio da opinião alheia, na minha visão, vem de um acentuado clima de competitividade que paira nas relações humanas. No mundo corporativo, muitas organizações criam processos competitivos nos quais equipes buscam – algumas vezes de qualquer forma, “ganhar” das outras. E, para “ser o melhor” vale de tudo, o preço pago é refugo, retrabalho, desunião e uma infinidade de situações que se tornam grandes problemas. Nas relações sociais, vemos competitividade nas disputas por corpos mais sarados, festas de casamento mais cheias de “frufrus”; na maternidade a competição por “meu filho andou com 6 meses e o seu?” já pararam para pensar nisso? E nessa redoma inconsciente vamos nos tornando enrijecidos, perdemos a espontaneidade pois precisamos nos cuidar o tempo todo, tanto que pensei mil vezes antes de fazer o vídeo que resultou nesse artigo.
Isso tudo faz parte da nossa condição humana, não estou dizendo que é ruim, apenas penso que todo excesso é prejudicial. Porém, só nos damos conta disso quando fazemos uma pausa e analisamos essas situações de uma maneira crítica com intenção de crescimento e transformação. E, naquele dia, me dei conta de que com maquiagem ou sem maquiagem, o que importa é a essência, quando alimentamos nossos valores, não temos medo do espelho. Aliás, espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito por dentro do que eu? Pense nisso, reflita, olhe para o espelho e se questione todos os dias, não tenho dúvidas que você irá crescer e seu entorno agradecer.
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Diretora da Perfil Dois Coaching e Assessoria.