O incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, “acendeu” o alerta quanto ao nosso Museu Anita Garibaldi, que segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, estaria irregular, não contando com projeto de prevenção a incêndio e pânico.
Segundo o comando da seção local de Bombeiros, deve ser expedida uma notificação para que a prefeitura promova a regularização necessária, tendo como primeiro passo, a instalação do sistema chamado de vital, como extintores, placas de sinalização de saída e iluminação, por exemplo, e depois os sistemas complementares.
Construído em 1747, segundo os livros “Laguna Memória Histórica”, de Ruben Lima de Ulysséa, e “Laguna Antes de 1880”, de João Leonir Dall`Alba o prédio sediou a Câmara e a proclamação da República Juliana, depois cadeia pública e já em ruínas, até a garagem da prefeitura, Centro Cultural Antônio Guimarães Cabral e após uma ampla reforma, o Museu, inaugurado em 17 de abril de 1956, dentro das comemorações do centenário da Comarca de Laguna, cuja oficialização aconteceu pela lei municipal 222, em 15 de outubro de 1956, pelo então prefeito Walmor de Oliveira. Todo o movimento para a implantação do Museu teve à frente o saudoso João Thomaz Marcondes de Mattos, então Juiz de Direito da Comarca, pai do empresário Fernando Marcondes de Mattos (do Costão do Santinho, na capital).
O museu possui em seu acervo peças e documentos que retratam a época histórica da Guerra dos Farrapos e da Revolução Farroupilha, e também da vida doméstica de Anita e Giuseppe Garibaldi. Contém também móveis da época, utensílios usados por Anita e sua família, e uma urna onde está um pouco da terra do local onde ela foi enterrada, em Ravena, na Itália. Ele ainda conta com armas usadas nos conflitos dos guerrilheiros e o mastro do navio “Seival”, um dos navios que Giuseppe Garibaldi usou para tomar Laguna em 1839.
Segundo o presidente Marcio José Rodrigues Filho, da Fundação Lagunense de Cultura, já foi solicitada a normalização do preventivo de incêndio e outras medidas de segurança como instalação de câmeras de segurança. Ele também lembrou que está em finalização o projeto expográfico (forma como se desenhará cada módulo dos espaços do museu), com móveis mais seguros contra ação de vandalismo e furtos, além de estar em andamento, um inventário do acervo, visando a comparação com inventários anteriores, antecipando que a FLC deverá buscar recursos para tal, afirmou. A lembrar que a iluminação externa do museu, na rua Pinto Bandeira há muito tempo está desativada.
Casa de Anita
Outro importante museu da cidade, a Casa de Anita, ao lado da Igreja Matriz, com recursos do Pac das Cidades Históricas, está sendo restaurada inclusive devendo ganhar um anexo, pela conhecida e conceituada empresa lagunense, Magapavi. Entre as principais intervenções, estão as de acessibilidade, com a adaptação dos acessos, circulação e sanitários, além de adequar o imóvel ao novo projeto museológico e museográfico, com a setorização dos usos bem definida. Além do mobiliário que também será refeito, um quiosque será construído nos fundos, cuja função prevista é a de ser uma cafeteria, com equipamentos de apoio para crianças. A obra custará R$ 482.812,44 e deverá estar concluída em seis meses.