O diálogo é um processo de comunicação que naturalmente começa dentro do indivíduo. A intenção da comunicação é a primeira intenção, podendo ser tanto para cooperar como para conflitar. Então, para estabelecer um diálogo assertivo, precisamos primeiro observar as nossas intenções, distorções e distrações. E então, refletir: como você acha que as outras pessoas interpretam suas palavras? Como você se percebe na transmissão de significados e sentidos aos que lhe cercam?
Dialogo é o oxigênio de toda e qualquer relação. Por isso é importante que líderes que desejam engajar times e pessoas saibam que esse processo merece toda atenção, pois quando bem conduzido tem como consequência contribuir para criação de novas alternativas para processos e solução para situações cotidianas, já que no diálogo deve haver trocas simultâneas.
Qual a razão dos desentendimentos gerados pelos diálogos? Há inúmeros motivos, alguns muito aparentes e outros nem tanto. Porém, na maioria dos processos que envolvem fracasso de líderes, podemos considerar alguns tópicos: julgamento, falta de escuta ativa e a dificuldade de conectar pensamento com a intenção da mensagem a ser transmitida. Vamos explorar cada uma delas?
– Julgamento: Uma das habilidades na arte da comunicação é a capacidade de minimizar temporariamente nossos julgamentos e opiniões. Na maioria das vezes, são nossas “verdades absolutas” que limitam nossa liberdade de ouvir, pensar e construir junto com o outro. Agindo assim, não permitimos que novos entendimentos sejam absorvidos. É preciso desenvolver a habilidade de deixar o copo vazio e abrir espaço para o novo que se forma no conjunto das ideias e sentimentos compartilhados. Quando você pensa na forma como dialoga, o que prevalece? O aprendizado ou a imposição para que sua ideia vença?
– Escuta ativa: Devemos permitir espaço para o outro. Diálogo requer espaço e silêncio interior. Aquietar as vozes internas enquanto o outro fala. Por meio de uma escuta ativa é possível fazer uma conexão intensa até com o outro. Alguns dos seus diálogos podem ter fracassado não pelo que você falou, mas pelo que você deixou de escutar ativamente.
– Falar com clareza: O que quero falar precisa de fato ser dito? O que é necessário ser expresso nesse diálogo? O que vou falar acrescenta algo para o outro? Nem toda palavra que vem à nossa cabeça precisa ser falada. Muitas vezes pecamos por não falar, mas muitas outras, por falar o desnecessário. A entonação é um componente relevante no diálogo, excesso de dominância não é benéfico. Observe sua forma de falar. A velocidade do nosso pensamento, às vezes, não consegue ser acompanhada pelo processo de verbalização, e então, pensamos que estamos sendo claros, mas de fato, não estamos. Portanto, pense antes de falar, faça isso com calma e avalie sempre se seus diálogos provocam mais discussão ou crescimento nas pessoas ao seu redor.
Todo diálogo é uma oportunidade de estabelecermos vínculos significativos com as pessoas, desde que sejam planejados e que tenham verdadeiramente essa intenção.
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental.