A inveja pode ser sentida como uma dor física, por isso nos incomoda tanto. Um estudo publicado pela revista Nature, identificou no cérebro humano a manifestação da inveja. Ao utilizar ressonância magnética, verificaram que a sensação provocada é interpretada por nós de maneira similar a uma dor física quando os participantes da pesquisa se comparavam com pessoas que tinham recebido algo, fosse uma promoção ou a conquista de um bem material.
Se invejar, de certa forma, faz parte de nossa rotina, porque negamos que a sentimos? Primeiro por falta de consciência, quando alguém compartilha algo bom que aconteceu consigo e nos sentimos mal, fingimos que não estamos sentindo, como uma armadura para fugir da nossa própria sombra, ou você nunca se sentiu assim? Encare seus sentimentos, principalmente aqueles não tão bonitos. Não é saudável sentir inveja assim como não é saudável mascarar que você não a sente. Quanto mais próximo da sua sombra mais rápido chegarás na luz.
É fato que sempre que nos comparamos com os outros nos colocamos em uma posição, na maioria das vezes, de inferioridade. E então, vem aquela sensação de que a grama do vizinho é mais verde e está iniciado o ciclo da inveja. Sempre que olharmos para o outro no sentido de nos compararmos, podemos disparar um ciclo negativo caso não tenhamos consciência de fazer a análise completa da “grama do outro”, como por exemplo: em quanto tempo, como, com que habilidades, com quais formações, com quais modelagens, com quais parceiros. Aí sim, conseguiremos ter uma noção real sobre o outro e então, usá-lo como um referencial positivo e não para querer ter o que ele tem.
Você pode estar pensando: “Ah, então a partir de agora não vou me expor mais, nem compartilhar com os outros minhas conquistas…” E eu lhe pergunto: o que você está tentando controlar? De fato, não controlamos o que os outros pensam e sentem, por isso, não adianta querer controlar a forma como o outro lhe (in)veja mas, o que podes fazer para minimizar o impacto disso em sua vida é que independentemente do que digam, você siga firme no seu propósito, naquilo em que você acredita e que tanto se esforçou para ter/ser. Se preservar em algumas situações pode ser estratégico, compreenda, é você que está feliz e não o mundo. E na minha visão o mais importante, devolva ao outro o que você tem de melhor, afinal, cada um oferece o que tem, seja aquele que gostaria que fossem para você, no trabalho, família e entre amigos.
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental