Ainda na infância, quando questionado sobre o que gostaria de ser no futuro, Vilson Roberto da Silveira Medeiros respondia com convicção que iria cruzar o céu pilotando aviões. Os anos se passaram e para que esse sonho antigo se concretizasse, o filho de dona Alaide e de “seo” Wilson chegou a prestar concurso para a Escola Preparatória de Cadetes e posteriormente alistou-se na Aeronáutica. Mas, aquele antigo desejo se dissipou e novos horizontes surgiram na vida do gaúcho que adotou Laguna como sua cidade do coração.
Advogado, casado com a colega de profissão, Maria Regina, ele recorda como a carreira na área jurídica começou: “Quando nos mudamos para cá, por conta de uma forte alergia de uma das filhas, em face a poluição de Porto Alegre, adquiri uma lavanderia, uma vez que já atuava no ramo de lavanderias hospitalares. Na sequência, vi a necessidade de ocupar o tempo excedente e foi aí que resolvi preenche-lo com os estudos. Assim, prestei vestibular para Direito, o qual me identifico perfeitamente”.
Pai de Alldrym Francine e Ashley Isabelle, o advogado, que atua na área há 16 anos, possui especializações em Direito Previdenciário e Administrativo/Improbidade: “Tenho uma rotina bem corrida. Eu e minha esposa levantamos juntos e logo saímos. Às vezes curtimos tomar um cafezinho no bar do Chico, antes de iniciarmos as atividades. Uma vez no escritório, é intenso, entre atendimentos, protocolo de ações, audiências e debates, entre outros. Trabalho olhando para Regina o dia inteiro. Um amigo me disse que sou um herói, por conviver o dia inteiro ao lado da mulher, mas eu considero um privilégio”.
Sobre os desafios que enfrenta na área em que atua, avalia: “Tornar os escritórios jurídicos mais eficientes no âmbito da negociação, ou seja, evitar ao máximo a judicialização. Não é possível outorgar ao judiciário todos os problemas da sociedade. O juiz, e por consequência a justiça, tem que ser utilizada para coisas sérias, que interfiram diretamente na vida do indivíduo, na coletividade. Briga de vizinhos, partilhas, separações, e muitas outras demandas, deveriam ser tratadas diretamente por meio da mediação, ou seja, os escritórios devem se modernizar para serem mediadores de conflito. O profissional do Direito não pode conduzir a demanda para deleite pessoal, mas para a solução do conflito. Não raras vezes já observei colegas que evitam o acordo ou a conciliação, para tentar provar ser melhor que este ou aquele profissional. Isso só contribuiu para o acirramento do conflito e perdas para as partes”.
Quando questionado se pudesse voltar anos atrás, se faria as mesmas escolhas, reflete: “Tudo é uma questão de tempo e oportunidades. Entendo que estou onde deveria estar. Acredito em destino e entendo que ele me conduziu até aqui, então objetivamente, penso que faria tudo como eu fiz”.
Nas horas de folga, quando não está viajando, Vilson se dedica aos seus passatempos prediletos: “Gosto de ver bons filmes, curtir momentos em família, em especial, conversar durante o café da manhã, aos finais de semana, por longas horas. Mas uma coisa que me desestressa muito, me afasta dos processos e às vezes até oxigena a mente para a solução de problemas jurídicos, são as atividades como voluntário no grupo Voluntários dos Sonhos, criado por mim e outros amigos, para o desenvolvimento de projetos sociais. Temos desenvolvido vários”.
Para o futuro, os planos do focalizado são muitos: “Quero contribuir para um bairro melhor, uma cidade melhor, e principalmente pelo sorriso do maior número de crianças possíveis. No campo individual, pretendo fazer sozinho um mochilão pela América Latina no início de 2021”.
Entusiasta quando o assunto é a terra de Anita, ele manifesta sua opinião sobre o desenvolvimento: “Foco na área do que temos de melhor, o Turismo. Somos deficientes em muitos pontos, mas neste, ao meu ver, é absurdo. O município foi contemplado com todas as belezas naturais possíveis, porém não se sabe explorar essas pérolas. O atendimento é precário, falta treino, falta visão. Evidentemente o “start”deste desenvolvimento deve partir do gestor. Ele deve reunir as lideranças e traçar planos. Porém estes planos devem ser contínuos e não apenas para o “deleite” do gestor como dito anteriormente no ramo da Advocacia. O Turismo é a salvação, mas o inverno é uma tristeza. Laguna vive três meses por ano e hiberna os outros nove. Temos que esquecer a ideia do pescador que se transforma em garçom, nada contra as duas categorias, alias são heróis, mas a qualificação é algo inerente a qualquer cidade que queira se desenvolver. Vender Laguna é o primeiro passo, isso para incentivar a vinda de turistas e poder fomentar a hotelaria, a gastronomia e por aí vai. Temos que criar mecanismos, temos que sair e copiar as boas ideias, mas isso tem que transpassar governos e não ser uma projeto de quatro anos, mas sim de 20 anos. A sociedade organizada tem que ser o timoneiro destas idéias, e os políticos os agentes a viabilizar a execução”.
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