Estamos vivendo um novo ciclo e podemos entender ciclo como mudanças e alterações fatiadas pela variável tempo. Existem os ciclos biológicos, lunares, econômicos e todos nos mostram que o que fato é permanente é a mudança. Eu sei, essa frase é paradoxal e, por vezes, meio clichê, mas de fato, vivemos ciclos de mudanças. E será que existe preparação para tais?
Antes de falarmos sobre como nos preparamos para mudanças, prefiro trazer como convite a reflexão do quanto saboreamos os ciclos. Me parece que vivemos analisando ciclos passados e tentando prever os futuros, a indústria do futuro, o profissional do futuro, a educação do futuro, mas e o agora? Quais os aprendizados diários, dificuldades, dores e superações? Acredito fortemente que enquanto gastarmos energia olhando apenas para frente sem prestar atenção no aqui e agora, a impressão que tenho é que queremos sair na frente, competir, enxergar primeiro, responder primeiro, assim como na época da escola em que a professora fazia a pergunta e o primeiro que respondesse era “o aluno excelente”. E não pensem que acredito ser ruim olhar para o futuro, mas a pergunta que precisa nortear nosso foco atencional para ele deve ser o porquê? O propósito, a razão de ser, o motivo. Talvez, pensando melhor e dependendo da resposta, você entenda a que me refiro sob este aspecto.
Agora sim, após a reflexão inicial em que convido vocês a apreciarem o presente podemos falar sobre como nos preparamos para o futuro. E não, não vou citar métodos de Agile Thinking ou qualquer outra ferramenta que podemos usar para tal, mas o convite de olhar para o futuro é sem esquecer os ciclos vividos e seus aprendizados, que novo ciclo fará sentido em seu futuro, eis o primeiro passo para fugir dos padrões comportamentais e do efeito manada. E para isso acontecer, não existe olhar para o futuro sem olhar para quem é você agora, autoconhecimento.
Não se trata de uma corrida para o próximo ciclo, a vida não é um game em que você passa de fases. O que precisamos aprender é sim, contemplar os ciclos e seus ganhos em nossas vidas, e compreender que tudo o que fizemos pagamos em vida. Pensar em novos ciclos significa viver com consciência e clareza, pois o preço do amanhã não é apenas sobre o quanto você irá ganhar em quantia, títulos ou reconhecimento, mas o quê e quanto você tem disponível para hipotecar em prol do seu novo momento. Pensar sobre o novo ciclo significa abandonar a mentalidade de caçador e alimentar a de jardineiro, afinal, (es)colhemos o que iremos plantar para as futuras colheitas. Pense nisso!
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental