O impacto da pandemia na vida de praticamente todos os profissionais, fez com que a retomada de vários serviços sofresse adequações. Pequenos empreendedores, adaptaram seus trabalhos e acrescentaram a opção do delivery ou atendimento a domicílio. É o caso da doceira Carla Terezinha Amorim de Souza Guterro, que produz doces para festas e eventos: “O medo bateu quando vi que as coisas não voltariam tão rapidamente ao normal, afinal meu serviço está atrelado às festas, que estão retornando de forma lenta e inexpressiva. Foi então que surgiu a ideia de entregar os doces. Me ligaram pedindo, ofereci uma pequena bandeja com variedades e a cliente de pronto adorou”, recorda.
Dali em diante, a doceira foi aprimorando a nova forma de trabalhar: “Falei com meu marido sobre a viabilidade da entrega, calcular os gastos com a gasolina, para que pudesse oficializar esse diferencial. De começo não tirava lucro, mas aos poucos foi despertando e aumentando o interesse do número de pessoas. Além disso, em meio a angústia do cenário, o doce é um acalento para muitos”, explica.
Nascida em Julio de Castilhos, no Rio Grande do Sul, Carla mudou-se para a terra de Anita aos 10 anos: “Vim acompanhando a família, que optou por morar na cidade. Hoje, sei que fizeram uma feliz escolha. Não me vejo morando em outro lugar”. A chance de seguir no ramo surgiu de maneira inusitada: “Meus pais tinham uma padaria no bairro Magalhães. Um dia a fornecedora responsável pela entrega dos docinhos não apareceu. Minha mãe me pediu que eu fizesse alguns em casa, para colocar à venda. O resultado dessa experiência rende frutos até hoje”, relembra a profissional, que depois da aceitação do público, foi especializar-se com cursos em Criciúma e Florianópolis.
Antes da pandemia, a focalizada chegava a produzir até 8.500 doces em um final de semana. Hoje, diante da necessidade e oportunidade de fazer algo novo, ampliou sua possibilidade de serviço: “O ramo do delivery era algo que até então não fazia. E comecei a ver que valia a pena. Comecei a investir, comprando novas embalagens, sacolas, criando uma logo, trabalhando com cartão de débito e crédito, criando uma linha de transmissão via WhatsApp. Está sendo uma experiência muito boa. E não pretendo parar por aí, mesmo retornando a normalidade no futuro, eu vi o quanto as pessoas gostam da facilidade de receber em casa”, destaca a doceira que recebe pedidos de entregas do bairro Cabeçuda até o Itapirubá.
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