“Se a fruta não cai longe do pé”, como diz o ditado popular, Maria Goreti Marques Fernandes é a prova viva dele. Vinda de família de cabeleireiras, sendo uma delas a saudosa dona Alice, uma das pioneiras do ofício em Tubarão, a focalizada, desde a adolescência já mostrava sua vocação para seguir no ramo: “Sempre gostei de maquiar minhas amigas, cuidar dos cabelos, tanto dos meus, quanto dos outros. Nasci para isso”. Filha de dona Eva e de “seo” Valter , a gaucha que há três anos está na terra de Anita, confidencia que o amor pela cidade juliana é “caso antigo”: “Me mudei oficialmente a pouco tempo, mas são mais de 30 anos de muitas temporadas aqui. Gosto tanto dessa cidade que me faltam palavras. Não poderia ter encontrado lugar melhor para viver”. Com 15 clientes por dia, a cabeleireira chega ao salão por volta das 9 horas e só fecha às portas a hora em que a ultima cliente sair satisfeita: “Não tenho pressa para encerrar meu expediente. Sou muito flexível com minha agenda e procuro atender a todas que procuram pelo meu serviço. Minha família costuma dizer que não tenho hora para nada. Às vezes o movimento é tão grande que até o almoço fica para depois”, brinca. Goreti aponta o resultado de seu trabalho como o que há de melhor: “ A expectativa de cada pessoa que senta na cadeira do salão e que busca realçar sua beleza e que ao final do trabalho esboça um sorriso, a marca que consegui fazer meu serviço bem feito, é algo que não tem preço”. Por outro lado, a atividade também tem suas consequências: “É uma profissão que exige muito do físico. Uma postura inadequada acarreta dores por dias e dias”. Mãe coruja, é ao lado do filho Alexandre que ela procura estar nas horas de folga: “ A semana é tão agitada que mal sobra tempo de sentarmos para conversar. Procuro acompanhar o crescimento dele, saber o que está se passando, enfim, ser uma amiga de verdade”. Para as aspirantes a profissão, a focalizada dá sua dica: “É preciso muita força de vontade, estar sempre inovando, fazer seu serviço bem feito, ter carisma e discrição, afinal em salão circulam muitas pessoas que conversam sobre todo o tipo de assunto”, avalia. Ao completar 20 anos de atividade, a aposentadoria está bem longe dos planos: “Que esteja bem longe da vontade de Deus, porque no que depender de mim ainda viverei por muitos e muitos anos em meio as escovas, tesouras e tinturas”.
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