Sigam-me neste pensamento: alguém pode dizer para onde vamos? Nem o Dalai Lama, nem o Papa Francisco nem alguma autoridade o poderá dizer. No enteando temos três advertência sérias: uma do Papa Francisco em sua última encíclica Fratelli tutti (2020): “Estamos no mesmo barco: ou no salvamos todos ou ninguém se salva” (n.32). Outra também com a mais alta autoridade, a Carta da Terra de 2003: “a humanidade deve escolher o seu futuro; a escolha é essa: ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a diversidade da vida” (Preâmbulo). A terceira veio do Secretário Geral da ONU António Guterres em meados de julho deste ano de 2022 num conferência em Berlim sobre mudanças climáticas: “Nós temos uma escolha. Ação coletiva ou suicídio coletivo. Está em nossas mãos.” A maioria não se sente no mesmo barco nem cultiva o cuidado e sequer elabora ações coletivas.
Consideremos alguns fenômenos: o Brasil é perpassado por uma onda de ódio, de mentiras e de violência contra uma gama imensa de pessoas, covardemente desprezadas e difamadas, onda incentivada pelo Presidente que elogia a tortura, as ditaduras e constantemente viola a Constituição. Sem nenhuma prova questiona a segurança das urnas. Convoca todos os embaixadores para falar mal de nossas instituições jurídicas e dá a entender que, caso não se reeleja, dará um golpe de estado. Comete um crime de lesa-pátria, motivo para impugnar sua candidatura. Nem nos refinemos à fome e o desemprego de milhões que campeiam no país.
A situação ecológica do mundo não é menos preocupante: em pleno verão europeu o clima chegou a 40 graus ou mais. Há incêndios praticamente em todos os países do mundo. São os eventos extremos agravados pelo aquecimento global. Temos visto em nosso país neste corrente ano: grandes enchentes no sul da Bahia, no norte de Minas, do Rio Tocantins e Amazonas e trágicos deslizamento de encostas em Petrópolis e Angra dos Reis, com inúmeras vítimas e simultaneamente prolongada estiagem no sul.
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