Letícia Zanini

“Desculpe o transtorno, estamos em obras.”

Essa frase, ouvida casualmente de um cliente em mentoria, ecoa profundamente quando refletimos sobre nossas mudanças pessoais e profissionais. Se você já teve experiência com obra, sabe que são sempre caóticas, demoradas, envolvem poeira, barulho, desconforto e, principalmente, a incerteza do resultado final. Porém, elas são inevitáveis para quem quer transformar ou melhorar o espaço onde vive ou trabalha.
Da mesma forma, as mudanças internas – seja no âmbito pessoal ou profissional – envolvem um processo de desconstrução para a construção de algo novo. No meio do caminho, enfrentamos o desconforto de ver partes nossas que já não funcionam mais e, muitas vezes, não temos clareza imediata sobre o que vamos construir em seu lugar. As transições são bagunçadas, por vezes dolorosas, e demandam paciência. Mas, assim como nas reformas, quem passa por esse processo consciente de mudança sabe que, ao final, o resultado será algo mais alinhado com seus desejos e objetivos.
O grande desafio é lidar com o “transtorno” desse período. As expectativas dos outros, as cobranças internas e externas, e até mesmo a nossa necessidade de controle podem gerar um estresse que nos faz querer parar a obra no meio. Mas o crescimento e as mudanças não seguem um caminho linear. Elas pedem flexibilidade e paciência para suportar o desconforto e confiar no processo, mesmo que lento.
Assim como uma casa reformada traz novas possibilidades de vida, nós, quando passamos por mudanças conscientes e intencionais, saímos mais fortes, renovados e preparados para o que está por vir. Então, quando nos encontramos nesse turbilhão de obras internas, talvez a melhor resposta seja: “Desculpe o transtorno, estou em obras” e lembre-se o transtorno é temporário mas o benefício da mudança poderá ser permanente. Pense nisso!

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