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Marronzinho, uma história de garra – Inaugurado Memorial no Portinho

Com a presença do prefeito Everaldo dos Santos, vereadores Rodrigo Moraes e Bombeiro Silva, presidente da Federação Catarinense de Motociclismo, Onilio Cidade Filho, o Kiko, presidente Sandro Garcia, do grupo Geração/Yamaha, que patrocinava o piloto lagunense, e centenas de desportistas, entre familiares ( os pais João Paulino e Albani, irmã Lilian, esposa Maria Luiza, filho Jorge e sogra Sonia Zanini), amigos e pilotos, quase mil pessoas, todas admiradoras do sempre lembrado João “Marronzinho” Junior, no sábado (15) foi inaugurado no Portinho, o aguardado Memorial Marronzinho, perpetuando as conquistas do piloto lagunense, falecido em 26 de junho do ano passado, então com 29 anos. Inicialmente com uma missa celebrada pelo pároco da Matriz Santo Antônio dos Anjos, Padre Pedro Damázio, seguida de pronunciamento da mãe de Marronzinho, dona Albani (cujo teor apresentamos ao lado, aliás falando sobre o Trem da Vida, de autor desconhecido) e depois com a abertura para visitação pública. No Memorial que certamente logo se transformará em ponto de atração turística de Laguna, são encontrados uniformes, fotos, troféus e tudo o mais que integrou a carreira do jovem lagunense que, entre as importantes conquistas , contava com a de tri campeão brasileiro.

 

UM POUCO DA HISTÓRIA DE MARRONZINHO

Sua carreira teve início aos 5 anos de idade, quando ganhou de seu pai, uma moto Panda 50cc. Mas sua primeira competição, pra valer mesmo, foi aos 8 anos, no circuito de verão realizado na praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, onde conquistou a vitória e até deixou incrédulos os seus concorrentes, visto que era sua estréia. Posteriormente se consagrou campeão deste campeonato e no mesmo ano, em 1991 também foi campeão catarinense de Motocross, na mesma categoria. Aos 9 anos passou para a categoria 80cc. Mas por problemas financeiros abandonou as pistas, voltando a competir somente cinco anos depois. Em 1997, então com 14 anos voltou a disputar o estadual, na categoria estreantes, de 125 a 250cc, onde mais uma vez mostrou competência, conquistando o campeonato de Supercross e ficando vice no de Motocross. Aos 15 anos, já como profissional começou a aparecer entre os primeiros no campeonato, conquistando seu primeiro título, como profissional, aos 17 anos, vencendo a categoria 125cc no Motocross.Aos 18 anos, em 2001, Marronzinho foi campeão do Circuito de Verão, aí já na categoria 250cc.Em 2002, com 19 anos, Marrom deu mais um salto em sua carreira, sagrando-se vice-campeão brasileiro e campeão catarinense na categoria 125cc. Em 2003, aos 20 anos, em busca de novas emoções, passou para a categoria 250cc terminando o ano em terceiro lugar, à nível nacional e campeão estadual no Motocross e Supercross, repetindo o feito no ano seguinte.Em 2005, no melhor de sua fase, não deixou para ninguém, consagrando-se campeão estadual, do Sul Brasileiro e do Brasileiro, fazendo “barba, cabelo e bigode”. Mas os títulos não pararam por aí. Em 2006 foi campeão do Circuito Verão de Supercross, nas categorias 250cc e 450cc, catarinense de Motocross 250 e 450cc e brasileiro de Motocross 450cc. Em 2007, voltou a ser campeão sul-brasileiro de Supercross, categoria 450cc, Catarinense de Supercross 250cc e 450cc, vice brasileiro de Motocross 450cc e 8º no Mundial do Japão de Motocross. Em 2008 Pentacampeão Catarinense de supercross na SX1, em 2009 Tricampeão brasileiro de motocross na MX e Campeão Paranaense de Motocross na MX1 e em 2010 Campeão da Superliga Brasil de Motocross na MX1. João Paulino Júnior, o nosso Marronzinho, nasceu aqui em 13 de dezembro de 1982, filho de Albani (Marcondes) e de João Paulino. Era casado com Maria Luiza Zanini, com quem teve o filho Jorge Tadeu Neto, hoje com sete anos. Marronzinho foi vítima de uma fatalidade quando treinava, no dia 26 de junho de 2012. Ele faleceu por volta das 11h, em São José, onde tinha ido treinar ao lado de Carlos Campano e Gabriel Gentil, colegas de time. Ele sofreu a queda na seção de costelas (seqüência de obstáculos). Quando o socorro aéreo chegou ao local, já estava sem vida. De acordo com o laudo médico, um traumatismo craniano causou a morte do piloto. Desde que a notícia de sua morte foi espalhada, toda a cidade ficou em comoção generalizada. Inicialmente ele seria velado no auditório da Câmara de Vereadores. Mas o local seria pequeno. Familiares e amigos logo decidiram pelo Centro Cultural Santo Antônio, que começou a receber pessoas que insistiam em querer saber quando chegaria Marronzinho. Como acontecia sempre, após as conquistas que não foram poucas os lagunenses iam até o trevo da BR-101 para trazer de volta o campeão. Só que neste dia o caminhão dos Bombeiros, motos e centenas de veículos (falou-se em mais de 500), se dirigiram ao trevo para buscar o ídolo, mas, já sem vida. Ele foi colocado no alto do caminhão da guarnição local dos Bombeiros, sendo saudado em todo o percurso, chegando ao Centro Cultural depois das 22h, onde uma multidão o esperava. Os sinos da Matriz Santo Antônio, do qual ele era frequentador, dobraram em meio aos aplausos e um grande buzinaço. No Centro Cultural Marronzinho foi velado até o dia seguinte, inclusive com celebração de missa pelos padres Pedro Damázio e Nilo Schlickmann. Por insistência de populares, novamente em cima do caminhão dos Bombeiros foi levado até os bairros Magalhães e Mar Grosso, sendo igualmente saudado por todos. Em seguida, com a presença de três mil pessoas, com a bandeira do município sobre a urna foi sepultado no cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo Antônio.

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