O programa de extensão Comunidade Retrô, do Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Laguna, vem desenvolvendo três projetos desde o início deste ano para promover a preservação do patrimônio histórico e conscientizar os moradores. Coordenado pelo professor Douglas Heidtmann Junior, o programa também busca divulgar o conhecimento das atividades de ensino da Udesc Laguna e elevar a auto-estima da população. “Por meio dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia de Pesca, a Udesc pode contribuir para que crianças, jovens e adultos passem a valorizar e reconhecer elementos já protegidos, como as edificações da poligonal de tombamento, e ainda não protegidos, como o patrimônio naval”, diz o docente. Além de Heidtmann Junior, o Comunidade Retrô tem a participação de nove acadêmicos, sendo um bolsista e oito voluntários.
Documentários
Em um dos projetos, o Documenta Laguna, a equipe grava e edita vídeos de curta-metragem para registrar o modo como a população do Centro Histórico reage a levantamentos do patrimônio feitos por alunos da disciplina de Técnicas Retrospectivas, da sétima fase de Arquitetura e Urbanismo. “A disciplina tem servido como gerador de opiniões favoráveis à preservação por parte dos moradores e usuários de edificações, pois aproxima-os dos jovens acadêmicos do curso, que, por sua vez, convencem os entrevistados sobre vantagens e benefícios, desmistificando a ideia de que o tombamento seria um congelamento”, afirma o coordenador do Comunidade Retrô. Heidtmann Junior enfatiza que o currículo do curso de Arquitetura e Urbanismo da Udesc Laguna é o único da Região Sul do Brasil que dedica três disciplinas obrigatórias para a preservação de prédios antigos – as outras são Patrimônio Histórico, na sexta fase, e Projeto de Restauro, na oitava. A bolsista do programa, Débora Rosa, explica que os vídeos também mostram a relação das pessoas com as edificações. “A gente quer mudar a forma como as pessoas enxergam o patrimônio, para passarem a vê-lo como algo positivo, e a forma audiovisual consegue transmitir melhor as informações”, comenta.O primeiro documentário, “Memórias”, traz declarações de dois moradores e já está na internet, enquanto o próximo terá entrevistas com os frequentadores do Mercado Público de Laguna. Além dos vídeos, o projeto vem realizando dinâmicas de educação patrimonial com turmas da quinta à oitava séries de duas escolas para mostrar a importância do Centro Histórico.