O relógio marca 5 horas. Enquanto muitos na cidade ainda dormem, Ricardo Neto Amboni, já inicia sua jornada pelas feiras e peixarias da cidade, em busca de alimentos frescos para o restaurante que comanda. Lagunense, filho de “seo” Geraldo e de dona Maria de Lourdes, “Telha”, como é carinhosamente chamado, está há 30 anos sem saber o significado da palavra férias, mas garante que não saberia viver longe de sua rotina por muito tempo. À frente do restaurante Pardhal´s, na companhia da esposa Aline, e dos filhos, o focalizado recorda com saudosismo o início de sua trajetória: “Lembro que na época minha esposa queria abrir uma loja. Eu até gostei da ideia de trabalhar com o comércio, mas não com o segmento. Passado um tempo, fui pesquisando o que poderia dar certo, e então, na companhia do meu irmão, Ronaldo, decidimos montar um bar”. O que no início era referência na vida noturna lagunense, foi sofrendo modificações no decorrer dos anos: “Eu comprei a parte dele e acabei identificando um nicho de mercado na área de buffet. Foi assim que o restaurante começou”, explica. Com uma equipe de nove colaboradores, atendendo até 300 pessoas em dias de grande movimento, Ricardo só consegue apontar um dissabor em seu trabalho: “Fechamos apenas dois dias no ano: No Natal e no 1º de janeiro. De resto, é direto, todos os dias da semana, o ano inteiro”. E é tamanha responsabilidade, que já o faz cogitar a aposentadoria: “Gosto do que faço, mas confesso que estou bem cansado da rotina que levo. É muito cansativa e não sobra espaço para me dedicar a um hobby, por exemplo”. Pai de Tuanny, Natany, Tamirys e Bernardo, é nas mãos da filha mais nova, que ele aposta o futuro do estabelecimento da família: “Os outros já estão trilhando seus caminhos, em outras áreas. Se for seguir minha intuição, creio que aos poucos eu vá passando a administração para Tamirys, mas tudo é questão de tempo”, avalia. Quando questionado sobre o paladar dos lagunenses, avalia: “O público gosta de variedade, mas ainda acho que o fruto do mar, em especial, o peixe é o que tem mais saída, seguido do churrasco, que faço questão de assar todos os dias”. Para ofertar cada vez mais variedade ao buffet, ele busca inspiração nos restaurantes de outras cidades, como Florianópolis: “ É raro eu estar ausente do restaurante, mas quando isto acontece, ou sobra uma brecha no dia, gosto de na companhia da esposa, curtir as belezas e a gastronomia da capital. Em um futuro não tão distante, pretendo curtir um pouco mais além, viajando, fazendo cruzeiros, enfim, desfrutando um pouco mais da vida”.
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