Todos convivemos com expectativas. Dos nossos pais, dos nossos amigos, dos nossos cônjuges, da sociedade. A junção de todas torna-se a nossa própria, num desejo quase incontrolável de ganhar aprovação unânime e sermos aceitos. Mas aceitos como? Se você é aceito por agir de acordo com o que outro espera de você, isso é realmente ser aceito? Isso é ser amado? E quando essa necessidade controla todas as suas ações, todos os seus passos, o que acontece com o seu eu verdadeiro? Deixe-me responder: ele adormece, a ponto de um dia você nem mesmo lembrar que ele existe. Você assume uma nova identidade, de acordo com todas as convenções e tudo o que foi imposto a você, e esquece de si mesmo, vivendo a vida que foi planejada para você. Muitas pessoas esperavam muito de mim, desde muito cedo. Tentei nunca decepcionar essas pessoas, mas constantemente decepcionava a mim mesma, pois ao seguir um caminho que não combinava com a minha essência, com a minha verdade, frequentemente me via em meio a fracassos, mesmo que parecessem vitórias aos olhos alheios. O desejo de ser aquilo que se esperava de mim tornou-me algo totalmente diferente do que eu esperava de mim mesma. Como isso tem funcionado para você? Como você tem se comportado diante de todas essas expectativas e exigências que surgem todos os dias? Como a sua necessidade de ser amado e aceito determinam o rumo das suas ações? Você já parou para pensar que pode estar na hora de mudar esse caminho e assumir quem você verdadeiramente é? Pois bem, só que antes disso você precisa saber exatamente quem é essa pessoa e o que, na sua vida de hoje, se encaixa ou não com o seu eu verdadeiro. Eu realmente espero que, a essa altura, você já tenha um caderninho especial para os meus exercícios, pois mais uma vez pedirei para que você faça algumas anotações. Não adianta nada eu ficar aqui dizendo um monte de coisas para você se isso não gerar uma ação efetiva. Ler esse artigo, somente, não vai mudar nada: é preciso que você entre em ação e se comprometa com a transformação. Voltando ao caderninho, então. Reflita por um momento, feche os olhos e responda: O que você faria se nada fosse impossível? E se você não precisasse de dinheiro, qual a atividade que realizaria até de graça? Quem você seria se tivesse certeza de que, independentemente da sua escolha, o mundo iria simplesmente te aceitar e, quem sabe, te admirar? Anote tudo e tire suas próprias conclusões. Agora responda: o quanto essa pessoa, que existe agora em uma folha de papel, está distante do ser que vive a sua vida agora? O quanto você está longe de si mesmo? Aqui está a sua missão de hoje: encontrar três maneiras de reduzir essa distância. Seja criativo, pense um pouco diferente. Não estou dizendo que você deva largar tudo e criar uma colônia hippie autossustentável – a menos que seja isso o que você queira fazer. Vamos começar devagar, com três simples ações que aproximem você de si mesmo. Pode ser um curso de culinária, uma aula de violão, ou pedir demissão, por que não? É preciso romper com velhos padrões antes de conhecer novos. Determine uma data para colocar cada uma dessas ações em prática, sendo uma delas, pelo menos, em até três dias. Se for algo grande, decomponha em pequenas partes e dê o primeiro passo o mais rápido possível – o mais importante é que não haja tempo para você desistir. Entre em ação, faça o que precisa ser feito. Reconecte-se consigo mesmo através desse exercício e encontre a sua verdade. Crie seu próprio caminho, um passo de cada vez, e torne-se a pessoa que você realmente é.
Gabriela Besen Pedroso – www.immoderatus.com.br