Gabriela Pedroso

Mudar dói

Grande parte do sucesso de um processo de Coaching se dá em razão do fator “ação”. É nesse ponto em que tudo anda ou emperra de vez. É muito importante focar, defi nir um objetivo, planejar, mas se esse planejamento não se converte em algo concreto, a pessoa fi cará apenas no mundo dos sonhos, desejando alguma realização que não virá, a menos que se faça algo a respeito. Você planeja, organiza, defi ne prazos e datas… mas na hora de efetivamente começar o projeto e cumprir esses prazos, ouve aquela voz que diz “mas isso dá tanto trabalho… vamos deixar para depois”. É como aquela dieta, que sempre vai começar na segunda, mas a segunda chega e você percebe que tem um senhorzinho vendendo bombons de chocolate no seu trabalho. Existe um motivo para o nome “zona de conforto”. Ela é extremamente confortável. O problema é que esquecemos que confortável nem sempre é bom. Somos extremamente adaptáveis e nos acostumamos com as mais diversas condições. Alguém que passa fome a vida inteira fi cará extremamente desconfortável ao comer mais em uma refeição. Assim como uma pessoa que vive rodeada de barulho achará estranho o silêncio repentino, ou o contrário. Nos habituamos às dores de cabeça, a comer rápido, dormir mal. Aprendemos a conversar sem prestar atenção, a sofrer por antecipação, passear sem disposição. Nos acostumamos a fi car tristes e insatisfeitos, e quando percebemos que está na hora de mudar, nosso cérebro diz que é mais prático fi car onde está – até porque já foi bem difícil fazer você se acostumar com a sua situação atual. Então para quê mudar? Que tal você responder a essa pergunta para si mesmo? Por que sair de onde está e iniciar a caminhada para atingir um objetivo? Por que fi car desconfortável, se demorou tanto para amaciar sua cama de espinhos? Bom, deixa eu responder para você: Lembra quando você era criança e ralou os joelhos? A sua mãe passou mercúrio e você chorou de dor (agora dizem que não dói mais, mas você com certeza lembra da sensação). Dói na hora, mas ajuda a sarar mais rápido. Assim como colocar um ombro deslocado no lugar. Mudar dói na hora, mas o alívio depois é como tirar os sapatos apertados depois de um dia inteiro de trabalho. Então que tal entrar em ação agora e entender exatamente o que eu estou falando? Não deixe para depois. A vida não acontece no ano que vem. Tire os sapatos.

Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br

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