Esses dias uma pessoa veio conversar comigo, dizendo que estava muito frustrada com a sua vida profissional. Disse que, quando decidiu por essa carreira específica (que não vou mencionar aqui), a expectativa era a de que ela se tornasse muito bem sucedida, mas até o momento mal conseguia pagar as suas contas. A conversa que começou apenas com uma manifestação de insatisfação, terminou em um discurso de raiva por vivermos em um mundo injusto e cruel, comandado apenas por influência e dinheiro, e quem não tem nenhum dos dois estaria destinado a fracassar. Eu ouvi, quieta, todas as reclamações dessa pessoa. Deixei seu desabafo terminar e, calmamente, perguntei se ela se considerava, realmente, uma boa profissional. Ela me contou sobre suas especializações, os cursos que tinha feito, o quanto se dedicava a ampliar suas atividades como profissional, aumentando o seu leque de serviços para atingir mais clientes. Eu perguntei, por fim, se ela fazia o básico bem feito. Imagine que você quer se tornar o sucessor do nadador César Cielo (campeão mundial de 50 metros no nado livre). Esse é o seu sonho, e você percebe que, para que isso aconteça, você precisa nadar 50 metros em menos de 20 segundos. Ótimo, excelente. Só que para que isso aconteça, o essencial, num primeiro momento, não é nadar rápido. É saber nadar. Primeiro você domina os fundamentos, o básico, e quando estiver com esses fundamentos totalmente internalizados e aplicados, você começa a pensar em nadar mais rápido. É a mesma coisa com a sua carreira: Antes de pensar em decolar profissionalmente, descubra se você está fazendo o que é, realmente, essencial nesse momento para que você seja contratado e valorizado. Não adianta tentar correr se você ainda nem consegue andar direito. E você, como cuida da sua vida profissional? Você costuma complicar o que deve ser simples? Sente que não está avançando e já começou a pensar que o mundo não te valoriza como deveria? Que tal pensar um pouco mais? Qual é o básico, o essencial, que você não está fazendo com a qualidade que deveria? Você tem um posicionamento ou atira para todos os lados? Lembre-se: foque no essencial. Muitas vezes tentamos abraçar o mundo, achando que isso aumentará as nossas possibilidades, mas isso só atrapalha. Muitas vezes, um hamburguer bem feito apenas com pão carne e queijo pode ser muito mais apreciado e valorizado do que um x salada cheio de ingredientes da carrocinha da esquina. Às vezes precisamos colocar menos ingredientes e caprichar mais no preparo e na apresentação, ao invés de servir um prato cheio e sem qualidade.
Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br