Aquicultura e Pesca

Aquicultura & Pesca

SALVEM O MINISTÉRIO DE PESCA!

Na segunda-feira (24), o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa anunciou que haverá uma redução no número de ministérios do governo. Em princípio, a medida prevê uma redução de 39 para 29 pastas. Além disso, haverá cortes estruturais em órgãos e autarquias públicas. Em entrevista recente, a presidente Dilma Rousseff afirmou que os ministérios que serão extintos deverão ser definidos até o fim de setembro por uma equipe do governo. Neste sentido, duas perguntas ficam no ar: (1) Estaria o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) entre as 10 pastas que ora flertam com o desaparecimento? (2) Vale a pena manter o MPA em meio à crise econômica que estamos enfrentando? É evidente que não possuímos a resposta para a primeira pergunta. Contudo, podemos (e devemos) nos posicionar quanto à segunda indagação. Mas, antes de respondermos diretamente, a coluna desta semana faz um breve prospecto acerca deste importante mercado, enfatizando as razões pelas quais a pesca e a aquicultura coadunam com os atuais desafios de desenvolvimento econômico e social que o Brasil tanto merece. Num cômputo global, o setor pesqueiro e aquícola movimenta US$ 600 bilhões/ano, contribuindo com aproximadamente 17% da oferta de proteína animal em escala global. Os expressivos números fazem com que este “gigante do mercado” gere milhões de empregos diretos e indiretos, tornando este segmento sete vezes maior do que o negócio de carne bovina e nove vezes maior do que o de carne de frango. O pescado figura como a fonte de proteína animal mais consumida no mundo, seguida respectivamente por suínos, aves e bovinos. Frente ao acima exposto, não é difícil entendermos a razão pela qual ao redor do mundo existem e estão sendo criados ministérios específicos como o MPA, pois trata-se do maior mercado de carne do mundo e, diga-se de passagem, a carne mais saudável e de consumo em franco crescimento. No Brasil, o MPA é considerado estratégico para o fomento na geração de renda e divisas, apresentando potencial para desempenhar um relevante papel no desenvolvimento tecnológico da pesca e aquicultura, bem como no controle e desenvolvimento de nossas espécies. É pertinente salientarmos que o nosso país possui 12% da água doce do mundo, 8.000 km de costa e clima privilegiado. Além disso, contamos com empresários motivados, líderes empolgados e pesquisadores focados no fomento e na geração de um ciclo virtuoso para este segmento. O MPA é essencial para a integração dos agentes produtivos, de pesquisas, fomento e crédito, como Embrapa, UDESC, SEBRAE, e etc. Se bem conduzido, o MPA poderá contribuir para que o Brasil seja um protagonista sustentável, já que os aspectos ambientais e sociais devem fazer parte da essência da cadeia produtiva do pescado. Para isso, é indiscutível a necessidade de contarmos com um MPA forte, com independência e liderança desse processo. Conscientes deste fato, enquanto você conclui a leitura desta coluna, entidades públicas e privadas do segmento articulam uma ação junto a deputados e senadores para assegurar a longevidade do MPA. Sim! Vale (e muito) a pena mantermos o MPA. Afinal, defender a pesca e a aquicultura é defender o Brasil.

Por:

Prof. Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Engenheiro de Pesca

Prof. Dr. Giovanni Lemos de Mello, Engenheiro de Aquicultura

Prof. Dr. Jorge Luiz Rodrigues Filho, Biólogo

Prof. Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano, Zootecnista

aquicultura.pesca@gmail.com

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