“Minha relação com a fotografia tem se intensificado ao longo dos anos, principalmente ao ingressar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Fotografar, para mim, sempre foi um hobby, porém estou buscando aperfeiçoar a técnica e usufruir o máximo dos locais aos quais visito e, mais adiante, tentar elevar o nível desse passatempo”. Palavras de Júlia Guizoni Danielski, do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Udesc/Laguna, que, com uma foto da estátua de Nossa Senhora da Glória, em nossa cidade, conquistou o primeiro lugar no concurso nacional de fotografias “Eu e o Patrimônio Cultural”, promovido pelo Iphan-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O concurso, com mais de 400 participantes, estimulou a produção de fotos sobre monumentos, igrejas históricas, festas e manifestações culturais do Brasil e sua relação com a sociedade civil, que foram divulgadas para votação popular na página do Iphan, no Facebook. Júlia e os outros dois classificados, André Lucas de Carvalho, de Ouro Preto (MG), em segundo e Luciana de Aguilar Belizio, de Santa Maria (RS), em terceiro, ganharam como prêmios, algumas publicações e terão suas imagens, presentes em uma galeria do site do Iphan. Ao falar ao JL, sobre a conquista, Júlia disse que “De acordo com um professor da minha faculdade, “em Laguna, nunca é possível definir se a natureza emoldura o construído ou o construído emoldura a natureza”. Partindo disso, a fotografia da estátua da Glória mostra um ponto muito importante para Laguna e representa um conjunto do que é o Patrimônio, expressando a religiosidade tão presente na cidade e a paisagem em que ela se encontra inserida. A captura da foto foi feita durante um projeto da Universidade em que curso Arquitetura e Urbanismo, a qual está presente na cidade desde 2008 e que tem foco na preservação e valorização do Patrimônio Histórico e Cultural. Posso afirmar veemente que sem a inserção do curso nessa cidade histórica, meu olhar para a preservação e para o patrimônio cultural não seria desenvolvido com tanta paixão. A isso, só tenho a agradecer à UDESC e aos professores que me fizeram despertar para essa questão. Tive conhecimento do concurso devido à uma iniciativa – da qual participo – que começou a ser desenvolvida pelo escritório do IPHAN de Laguna, intitulado “Amigos do Patrimônio”. Assim como eu, outros alunos participaram dessa ação cultural do IPHAN e, de alguma forma, puderam mostrar seu olhar sobre o Patrimônio. Como acadêmica do curso e futura arquiteta e urbanista, posso afirmar que a presença e o contato de nós, jovens, com este centro histórico tombado a nível federal, e a possibilidade de participar de ações, como esta que o IPHAN promoveu, propiciam um aperfeiçoamento do processo de mediação entre a sociedade e a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.”
A estátua
A estátua de Nossa Senhora da Glória foi construída em 1953, conforme idealizado pelo saudoso Dom GregórioWarmeling, que depois, em 1957, foi nomeado bispo de Joinville, ficando como tal até 1994. Nascido em São Ludgero, faleceu em Joinville em 03 de janeiro de 1997. O monumento lagunense, com oito metros de altura, foi construído pelo casal de alemães, Elisa (Faccio) e Alfredo Staege e inaugurado em 31 de maio de 1953. Fica no morro do mesmo nome, aliás o ponto mais alto de Laguna (126 metros). A imagem da santa tem 8 metros de altura, o pedestal 14 metros, com dimensões entre os braços de 4,8 metros.Toda a a obra foi financiada pelo sr. Francisco Fernandes Pinho (avô do vice-governador Eduardo Pinho Moreira) e com fundos angariados pelas Congregações Marianas. A engenharia de toda a obra é de autoria do dr. Colombo Machado Salles. O lugar sempre esteve presente no cotidiano dos lagunenses, seja abençoando a cidade através da imagem, ou no século 18, com a comunicação entre navios e a Capitania, fato que originou o primeiro nome Morro do Pau do Sinal, aliás substituído pela denominação atual justo em 1953.
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