Noemi Pacheco de Oliveira

Apaixonada pelas poesias de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, caçadora assídua daqueles que ousam maltratar o bom português, a educadora Noemi Pacheco de Oliveira há 34 anos desafia a complexidade e as regrinhas das Línguas Portuguesa e Inglesa com muita maestria e ainda desperta nos alunos o interesse para leitura das obras literárias. Filha dos saudosos “seo” Edio de Oliveira e de dona Maria das Dores Pacheco, Noemi é aquele tipo de professora que os alunos não esquecem. Passam-se os anos e não raro ainda ser reconhecida e abraçada por aqueles que um dia já prestaram muita atenção a tudo que a profissional explicava. A mágica para tal sucesso ela acredita que se deva a tamanha empatia que tem pela profissão: “São muitos anos em sala de aula, tempo suficiente para comprovar de que fiz a escolha certa ao optar em trabalhar no magistério”.A opção pela carreira veio com muito incentivo de pessoas que a cercavam: “Em casa já tinha o exemplo do meu pai, que era professor de Contabilidade Pública e algum tempo depois fui aluna do “seo” Jairo Baião, que acompanhando meu desempenho e desenvoltura, me estimulou para que fosse dar aulas”, relembra a professora que já encerrou seu tempo de contribuição para o estado, e que atualmente segue lecionando na Fundação Bradesco. Com propriedade para realizar um paralelo sobre a evolução da educação nos últimos 30 anos, a mestre pontua: “Penso que hoje temos muitos recursos para melhor desenvolver nosso trabalho, diferente de quando comecei a lecionar, porém a participação dos professores na sociedade muitas vezes é ignorada. Não podemos resolver os problemas educacionais sozinhos, precisamos da união de todos. É um problema antes de tudo social e político”, avalia. Se o assunto é a despedida oficial das salas de aula, a avó coruja de Nicolle e Sophia declara: “Não consigo me imaginar longe dos meus alunos. Está difícil de deixá-los. Não me vejo distante do universo escolar. Sei que um dia terei que abrir mão, mas meu coração não quer e não tenho vontade. Será o tipo de decisão que o tempo irá se encarregar”, finaliza.