Missão difícil escolher o tema de nossa última coluna de 2015. Falar de algo novo? Com certeza… No entanto, não fugiremos da temática de nossos artigos publicados no JL durante este ano. O “pescado” (grupo composto por peixes, crustáceos e moluscos, entre outros) representa a proteína animal de maior consumo no mundo. Você leu com atenção a frase anterior? Acostumados no Brasil a comer diariamente frango ou carne vermelha (em especial, bovina) e apenas eventualmente algum peixe ou camarão, não nos damos conta de que no resto do mundo esta proporção é bem diferente… Não se engane, por morarmos em Laguna e região e estarmos cercados por águas, pescados de qualidade e muita biodiversidade, sempre aparece um “peixinho” em nossa mesa. Agora, por exemplo, se perguntar para os mais de 20 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo qual a sua frequência de consumo de pescado, as respostas não serão tão positivas quanto à de um morador do distrito do Ribeirão Pequeno. Enquanto o mundo consome 35% de pescados como fonte de proteína animal, o brasileiro ingere apenas 5% (sete vezes menos do que a média mundial). Temos o segundo maior rebanho bovino do mundo, atrás apenas da Índia, onde a vaca é sagrada. Segundo o IBGE, produzimos anualmente 12,7 milhões de toneladas de frango, 8,2 milhões de toneladas de carne bovina e 3,5 milhões de toneladas de carne suína. Se somar todo o pescado capturado, produzido ou mesmo importado, chegamos a apenas 1,5 milhão de toneladas. A boa notícia é que estas relações estão mudando, e cada vez mais o pescado tem “dado as caras” na dieta do brasileiro. Embora, lamentavelmente, quem esteja contribuindo significativamente para este aumento no consumo de peixes por parte dos brasileiros sejam produtos importados (salmão, panga, polaca, bacalhau, etc.).Trabalhemos para que este paradigma mude! Um segundo ponto importante a ser destacado são os benefícios do aumento do consumo regular de pescados na dieta. Separamos algumas informações sobre a sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis), um dos peixes mais explorados pela pesca industrial brasileira para você conferir. O que a sardinha tem de tão especial? Preço baixo e fácil acesso (na forma de enlatados, por exemplo), por si só, já justificaria o consumo regular da sardinha. No entanto, o pequeno clupeídeo é um dos peixes com maiores níveis de ômega-3 (veja na figura). No corpo humano, estas gorduras do bem minimizam a ação nociva de compostos inflamatórios.
Veja que os outros peixes que também se destacam no conteúdo corpóreo de ômega-3, são peixes mais caros e de menor acesso ao consumidor brasileiro em geral. Finalizando, aproveite que a sardinha tem custo tão baixo e é tão fácil de ser encontrada no mercado, e que comprovadamente faz muito bem a saúde, e tenha bom apetite!