Eis aí uma das maiores questões da humanidade. O que estamos fazendo aqui? Por que vivemos? Existe, afinal, uma razão? Bom, eu não sei dizer, principalmente do ponto de vista cósmico/espiritual, mas uma coisa eu posso garantir: todos temos um por quê, e cabe a cada um descobrir qual é. Quando encontramos essa resposta, aí está o nosso propósito. Você pode chamar do que quiser: vocação, chamado, propósito, missão de vida, talento, não importa. Existe algo que faz seus olhos brilharem, algum assunto que sempre te faz sorrir, uma atividade que não se cansa de realizar, mesmo que ainda não seja tão bom nela quanto gostaria.
Eu estava cansada, desmotivada, sem entender o que fazia ali. Acordava todos os dias implorando para que fosse sábado. E o pior, estava no lugar onde grande parte dos brasileiros almeja chegar: um cargo público. Um cargo no Poder Judiciário, com um ótimo salário, numa posição de chefia, mas não me sentia nem perto de estar realizada. Não havia sequer um dia em que eu ficasse feliz por ir trabalhar. Além disso, a posição que eu ocupava era extremamente estressante, cheia de metas, prazos e pessoas que terminavam de me enlouquecer. Para completar, eu trabalhava num ambiente que precisava de um líder autocrático e dominante, o que definitivamente não era o meu caso, ou seja, me sentia um completo fracasso como profissional.
Eu vivia uma vida fragmentada, pois separava completamente vida pessoal da profissional. Para mim eram duas coisas completamente diferentes: se de um lado, no pessoal, eu era feliz e realizada, do outro eu estava frustrada e revoltada comigo mesma, pois sabia que precisava fazer algo a respeito daquela situação. Não queria viver duas vidas, mas sim uma vida completa, plena. Uma vida em que não me importasse se fosse sexta às 6 da tarde ou segunda às 8 da manhã. Se era eu a pessoa quem estava lá, trabalhando e vivendo aquela vida profissional todos os dias, queria ser feliz nessa vida também!
Foi então que eu entendi que o que fazia estava totalmente desalinhado com o meu propósito. Aliás, eu nem mesmo sabia exatamente que propósito era esse, mas com certeza não tinha nada a ver com o que eu vivia diariamente. O estalo aconteceu ao ler um livro, do autor Jack Canfield, em que ele diz mais ou menos o seguinte: A felicidade é o seu propósito. Você só cumpre o seu propósito quando faz algo que te deixa realmente feliz – mesmo que, dentro disso existam várias outras coisas não tão legais assim que você precise fazer. Pode parecer meio simplista, mas pode explicar muita coisa para milhares de pessoas que ainda não se encontraram. Já alguns vivem tão presos em suas gaiolas que mal conseguem identificar o que lhes deixa felizes, pois já vivem há muito tempo no piloto automático. Essa pessoa chegou no ponto de pensar que nada lhe faz feliz de verdade, não o suficiente para parecer um “propósito”.
Qual a sua situação hoje? Está vivendo a sua missão de vida? Se sente feliz e realizado com o que faz? Ou talvez você tenha um sonho, um desejo de fazer algo diferente, mas não tem coragem de expressar para o mundo. Ainda pode estar em um terceiro grupo, aquele dos que não conseguem definir para si o seu verdadeiro por quê. Eis então um recado, que serve para todos: Você e o mundo se tornam melhores quando há um propósito em suas ações. Assim como todos ao seu redor se sentem contagiados pela sua alegria, seu entusiasmo, sua paixão. Encontre a resposta dentro de si e passe a vivê-la, sempre que puder. Saia da sua jaula e descubra o que te faz se sentir intenso, corajoso, vitorioso, assim como sereno, tranquilo, em paz. Esse pode ser o caminho para assumir o controle de uma vez por todas, e finalmente viver a vida que você sempre sonhou.
Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br