Gabriela Pedroso

Aleatoriedade não traz a vitória

Semana passada começaram as olimpíadas. E não… esse não é um texto para falar bem ou mal do evento em si ou do que está acontecendo no Brasil. Poderia ser, mas acredito que já temos pessoas o suficiente defendendo os dois pontos de vista, e talvez não seja interessante para você saber o meu. Hoje eu quero falar com você sobre os atletas. Basicamente existem dois tipos de atleta: Os que chegam na hora e fazem o que eles treinaram para fazer e os que simplesmente travam sob pressão e não conseguem performar na qualidade que deveriam. Ok… devem existir mais uns 45 tipos de situações diferentes dessas, mas eu vou focar nessas duas ok?
O atleta que entrega – fora alguns milagres excepcionais – sabe exatamente qual vai ser o resultado da sua performance. Ele não vai para a competição esperando que uma luz paire na sua cabeça e melhore o seu desempenho. Essa pessoa sabe o que treinou e os seus dados predizem exatamente o que vai acontecer. Por exemplo, na natação: Existe um abismo de diferença entre um nadador que constantemente atinge um certo tempo nos seus treinos de um outro nadador que, uma vez, em uma competição, conseguiu esse mesmo tempo. Um deles simplesmente “sabe” que consegue, com ou sem pressão… enquanto o outro precisa contar com toda a sorte e todas as condições possíveis a seu favor, e uma noite mal dormida já pode prejudicar todo o seu desempenho. Quem é mais provável que realmente atinja o resultado esperado?
Outro exemplo: as seleções brasileiras de vôlei, tanto masculina quanto feminina. Os números são claros, cristalinos. A seleção masculina participou da final das últimas cinco olimpíadas, enquanto a seleção feminina ganhou o ouro nas duas últimas. Pode dar algo errado? Óbvio que sim, mas os dados dizem que, para todas as outras equipes, a disputa é pela segunda vaga na final, e boa parte das equipes, ao jogarem contra o vôlei brasileiro, ficam na torcida por um milagre e para que o brasil tenha um dia muito ruim na quadra. Já a outra parte das equipes, as que realmente podem e muitas vezes vencem o brasil na quadra, são aqueles que treinam constantemente para vencer o melhor e para serem os melhores. Aonde eu quero chegar? Existe uma grande diferença entre aleatoriedade e consistência, e esse é um dos grandes elementos que definem os resultados de um atleta. E da vida de alguém.
Por que eu estou falando sobre isso? Porque a vida é como uma olimpíada constante… todos os dias, a todo instante, precisamos buscar a melhor performance e os melhores resultados. Porém, a maioria de nós se torna dependente da aleatoriedade, do milagre, da “luz” que pode, de repente, clarear o nosso caminho. A maioria de nós não tem os números a seu favor, nem mesmo treina com constância para poder prever o resultado das suas ações. Pouquíssimos de nós evoluem com os próprios erros ou aprendem com as derrotas. Raros são os que realmente persistem e levantam após cada queda. Sucesso não é fruto da sorte. É preparo. É intensidade. É tratar cada jogo como se fosse uma final. Jogue para vencer e crie o resultado que você espera na sua vida… ou se conforme com os resultados que forem criados para você.

Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br

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