O mercado da pesca esportiva representa um dos segmentos que mais crescem no país, movimentando em torno de um bilhão de reais por ano (isto mesmo, um bilhão de reais). Além disso, as perspectivas são promissoras, uma vez que, mesmo em tempos de crise, a atividade experimentou um crescimento de 30% nos últimos anos.
Recentemente, a gigante francesa IPSOS que é terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo, estimou que nos últimos anos, o número de brasileiros que possuem o hábito de pescar passou de 4 milhões para 7,8 milhões. Assim, não é de causar espanto que uma das principais feiras anuais de pesca do Brasil, a FEIPESCA, tenha registrado em sua última edição, mais de 100 expositores e aproximadamente 40 mil visitantes ao longo de quatro dias de evento.
Somente no ano de 2015, a indústria de pesca esportiva gerou cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos (incluindo aí lojas de material para a pesca, redes de hotéis especializados, pesqueiros, criadores de iscas vivas, restaurantes especializados em peixes, guias de pescaria, condutores de embarcações para pescaria, etc). Contudo, este mercado ainda possui muito espaço para crescer. Nos EUA, por exemplo, a pesca esportiva gera mais empregos do que setores tradicionais, como a indústria automobilística, movimentando mais de $45 bilhões de dólares anuais só com equipamentos de pesca.
O segmento da pesca esportiva tem como premissa apenas o prazer da pescaria e não a subsistência a partir do pescado capturado. Deste modo, o lema “pesque e solte” tem se tornado uma prática intrínseca desta atividade. Neste sentido, associações e clubes devotados à pesca esportiva, têm investido esforços para a conscientização de seus praticantes no tocante a manutenção do meio ambiente e da preservação das espécies de peixes capturados. Assim, o “pesque e solte” têm por objetivo sagrar-se como uma prática esportiva ecologicamente correta, causando poucos impactos ao ambiente e ao pescado capturado.
Atualmente, a pesca esportiva brasileira é carente de tecnologias aplicadas e de informações biológico-pesqueiras de suas principais espécies-alvo. Adicionalmente, há necessidade de uma melhor representatividade dos atores envolvidos, visando estreitar a atuação do setor junto ao Poder Público, ampliando as ações voltadas ao segmento. Apesar disso, os números são animadores, sugerindo que a pesca esportiva no Brasil, nos próximos anos, terá o espaço que lhe compete no cenário econômico e turístico nacional.
Por:
Prof. Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Engenheiro de Pesca
Prof. Dr. Giovanni Lemos de Mello, Engenheiro de Aquicultura
Prof. Dr. Jorge Luiz Rodrigues Filho, Biólogo
Prof. Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano, Zootecnista
aquicultura.pesca@gmail.com