Happy Hour

Happy Hour 2/12

Não é só um jogo #FORÇACHAPE

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Na semana passada fiz uma matéria que contava minha primeira vez em um estádio de futebol. Fui assistir ao jogo Criciúma e Vasco, pela Série B do Brasileirão. Contei, dentre outras coisas, como é incrível ver o jogo de perto, as coisas que aprendemos, como a torcida é apaixonada e várias outras coisas que tornam esse esporte tão amado.
Na semana passada a matéria foi ‘’good vibes’’ e com um tom alegre. Mas hoje, depois do que aconteceu essa semana, me senti quase que na obrigação de comentar algo sobre o ocorrido com o time da Chapecoense.
Acredito que não preciso dizer os detalhes do que aconteceu. Isso já foi várias e várias vezes comentado na mídia internacional esta semana e, a não ser que você tenha saído de uma caverna neste exato momento, você provavelmente sabe tudo que aconteceu, as condições e demais detalhes.
Já ouvi muitos comentários do tipo: ‘’São só 11 malucos correndo atrás de uma bola’’. ‘’Todo mundo dá valor pra um esporte como esse e não dá valor pra outras coisas’’. ‘’Você se preocupa com uns caras que nem sabem que você existe’’. E tantos outros clichês que comumente ouvimos. Esta semana, talvez, estas pessoas tenham pensado melhor nestas frases e se realmente o futebol é só um jogo.
O esporte tem o poder de unir, motivar, transformar vidas. Seja de atletas, seja dos torcedores. O esporte faz nascer paixões e admirações inexplicáveis, muitas vezes. É por isso que não são apenas 11 caras correndo atrás de uma bola. São profissionais tentando fazer seu melhor, atletas, dirigentes, equipes inteiras, que vão desde o porteiro do clube, até o camisa 10. Todos fazendo parte de um ecossistema alimentado pela paixão do torcedor.
Com esta infeliz tragédia conseguimos ver como o esporte é algo mágico. Clubes do mundo todo, esportistas e torcedores de todos os lugares prestando sua solidariedade ao clube catarinense. E não só ao clube, mas às famílias e toda a cidade de Chapecó. Talvez a diferença deste time da Chape para outros seja essa. Não é só um time. É uma cidade toda. Todos naquela cidade amam o Verdão. Alguns até torcem pra outros times, mas defendem e são apaixonados pela Chapecoense . E essa paixão atinge a todos que conhecem esta equipe. Uma equipe que não tinha grandes rivais, que recebia bem seus adversários e que caiu no gosto do Brasil todo, justamente por ser o estandarte de tudo que os brasileiros queriam ver no futebol: Uma equipe unida, que apresentava bom futebol, sem grandes astros, nem esbanjando dinheiro, mas com extrema postura ética e profissional. Uma equipe preocupada com todos os seus profissionais. Um clube que, pasmem, pagava seus funcionários religiosamente a cada 15 dias, sem falhar. Isso é quase utópico neste Brasil onde os clubes acumulam dívidas astronômicas.
Mas talvez você seja um pouco menos sensível e se pergunte: Por que se importar tanto se tantas pessoas morrem em tragédias tão violentas quanto essa? Por que tanta comoção? A resposta é complexa e passa por questões psicológicas também. Uma das respostas é simples: A gente se sente próximo destes jogadores. Vemos a equipe sempre pela tv, alguns torcedores tem uma relação mais próxima ainda, vão ao estádio, tem familiares que trabalham no clube, etc. É mais fácil se comover com uma tragédia que acontece com alguém que conhecemos e estamos perto. Sem  falar de toda a epopéia que o clube passava nestes últimos anos, subindo de série, fazendo um bom campeonato brasileiro, sendo campeão catarinense e heroicamente se classificando para a final de um torneio continental.
Se você realmente tem dificuldade em se comover com isso, com a história desse time, destas famílias, da forma como tudo aconteceu, então te aconselho a procurar um psicólogo. Sua incapacidade de ter empatia é algo alarmante.
Perder faz parte do jogo. Faz parte da vida. Buscar a bola dentro do gol e colocar no meio campo é algo triste. Mas a bola tem que rolar de novo. Bate o centro, levanta a cabeça e bora ganhar esse jogo! A partida só termina quando o árbitro apita. E a da Chapecoense está apenas começando. A desvantagem no placar talvez esteja grande, mas com força, união e perseverança é possível buscar a vitória. Força Chape!

 

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