A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) divulgou esta semana os resultados de uma pesquisa pioneira no País: a utilização da técnica de ultrassonografia em peixes nativos brasileiros.
Um grupo de pesquisadores está usando a ultrassonografia veterinária para identificar características positivas que sirvam para o melhoramento genético do tambaqui (Colossoma macropomum). A espécie é a segunda mais cultivada no Brasil, atrás apenas das tilápias.
Entre os objetivos da utilização da ultrassonografia está a identificação de peixes com maior rendimento de filés e carcaça, ou seja, melhor para o produtor, indústria de processamento e consumidor final. Segundo a EMBRAPA, a ideia é, futuramente, selecionar peixes com qualidades importantes para o mercado, como um tamanho superior de lombo ou um espaçamento maior entre as costelas, por exemplo, o que poderia resultar em mais carne por unidade.
A técnica permite que os especialistas obtenham todas as informações necessárias para o estudo sem ser preciso sacrificar o peixe. “Com o ultrassom é possível medir perfeitamente a área desejada. Assim, podemos medir várias matrizes e ver se existe variabilidade na população de tambaquis. Se existir variabilidade nós podemos melhorar o peixe. É claro que existem diferenças geradas pelo ambiente, pela nutrição, condições do tanque, mas a parte genética também tem uma parcela de contribuição nessas diferenças e é isso que estamos descobrindo”, destacou Caio Augusto Perazza, doutorando pela Universidade de Mogi das Cruzes.
Conforme Perazza, a ultrassonografia em peixes é ainda pouco usada. “Existe algum uso com salmão, com carpa, mas para a parte reprodutiva. Para esse tipo de uso é totalmente recente. O fim de todas essas pesquisas é melhorar o peixe e toda a cadeia produtiva do tambaqui”, explicou.
Por Giovanni Lemos de Mello
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