A vida é como um GPS. Mas você sabe pra onde ir?
Certa vez cheguei em Florianópolis para uma palestra e, como é de praxe, com o voo atrasado. O avião pousa, pego a bagagem de mão, desço, faço a via-crúcis, passo por todos, chego até o estacionamento e encontro o motorista chamado pra me levar. Ensopado, após alguns metros caminhando em meio a uma chuva torrencial, entro no carro. O motorista, um homem que aparentava seus 50 carnavais, me fez a fatídica pergunta: Para onde vamos?
Depois de alguns segundos de silêncio, com minha mente ainda tentando assimilar a pergunta ao mesmo tempo que tento afivelar o cinto, respondo: Não sei! Pensei que o senhor soubesse.
Ele responde com um sorriso encantador: Desculpa, não sei. Só me pediram pra esperar o senhor aqui e depois levar aonde precisasse.
Nesse instante, toda aquela pressa, o nervosismo, tudo se foi. Sentei confortavelmente no banco, soltei minha bagagem, dei um sorriso e disse: Vamos indo. Enquanto você dirige eu descubro o endereço de onde temos que ir.
Esse episódio não aconteceu comigo. Mas eu conto ele aqui, com a adição de alguns recursos linguísticos e literários, para introduzir uma lição que aprendi com o vivenciador desta história, Professor Clóvis de Barros Filho (www.linkedin.com/in/clovisdebarros).
E qual grande ensinamento para nossas vidas esse simples acontecimento pode nos trazer?
Simples: Nossa vida é como um GPS. Quando abrimos um GPS, ele nos indica aonde estamos, podemos ver o que tem ao nosso redor. Mas para traçar uma rota, achar o melhor caminho, é preciso que a gente saiba pra aonde vai. Sem o endereço do destino, nós não temos lugar algum pra ir. Aí de nada serve o GPS.
Nossa vida segue estes mesmos preceitos. Se você não sabe o que deseja e aonde quer chegar, vai ficar vagando até achar que encontrou algo que queria. Você será sempre um passageiro, olhando pela janela e esperando algum lugar interessante para descer. E talvez nunca ache este lugar. Ou pior, acumule péssimas experiências a cada parada.
E o que o professor Clóvis aconselha a botar no endereço final do GPS da nossa vida? A resposta é simples. A forma de conseguir, talvez não seja. Felicidade é o destino final. Não foi muito esclarecedor, não é? Calma. Talvez uma exemplificação ajude.
Você está aí, agora, estudando alguns acordes e tocando músicas em seu violão. Você sonha em um dia ter uma banda e tocar para uma grande plateia que ao final lhe ovacionará com todo o entusiasmo. Nesse momento você vai encontrar a felicidade. E aí, aqueles segundos de aplausos serão os segundos que você vai querer ouvir mais e mais vezes. Esse pequeno momento de felicidade é seu destino final. A sua missão é conseguir viver este momento e, quando conseguir, continuar repetindo o maior número de vezes possível.
A felicidade é como aquele bar que todos falam que é o máximo. Você não conhece, não sabe onde fica. Mas um dia acha o caminho, descobre que o lugar é irado e pensa: tenho que voltar aqui! E assim o faz. E aquele lugar se torna o seu refúgio, o lugar onde você quer voltar sempre, onde você toma umas cervejas e esquece do mundo, onde tem os melhores papos, onde se sente tranquilo. A felicidade é como esse bar. Ou como qualquer outro lugar onde você se sinta bem por alguns segundos e que, por isso, quer voltar sempre.
Você só precisa saber qual vai ser este lugar que vai te proporcionar alguns momentos de felicidade. Depois disso é só traçar a rota e enfrentar todas as surpresas do caminho. E, quando chegar, aproveitar os momentos e voltar sempre que quiser.