O cultivo de organismos aquáticos vem demonstrando, a cada ano, seu potencial de desenvolvimento como negócio no mundo e no Brasil. Diversos estudos de instituições nacionais e internacionais, públicas, privadas e bancos, apontam a aquicultura como um negócio rentável e sustentável.
Da forma em que aumenta a demanda por produtos alimentícios em função da crescente população mundial, meios de produção com viés sustentável como a aquicultura, se apresentam como uma alternativa na produção de proteína animal para a humanidade nas próximas décadas.
Segundo a FAO, estima‑se que, no início do terceiro milênio, a pesca extrativista deverá apresentar um déficit de 55 milhões de toneladas. Diante disso, enquanto a pesca extrativa acumulou um crescimento de 20% desde o ano 2000, a aquicultura obteve um crescimento de 220%.
A FAO relata, ainda, que a pesca extrativa e a aquicultura representam a subsistência de aproximadamente 550 milhões de pessoas e a força de trabalho do setor é constituída em 90% de pescadores e aquicultores artesanais.
A Organização das Nações Unidas recomenda aos países que auxiliem os pescadores e aquicultores de pequena escala, sobretudo, em ações, como: acesso ao crédito; acesso a novos mercados e negociações; melhoria na infraestrutura de logística e comercialização; novas tecnologias de produção e aumento da produtividade; fortalecimento das organizações de produtores; políticas públicas em prol do setor.
A evolução do setor é nítida e direciona diversas ações estratégicas para o fortalecimento da cadeia produtiva do pescado, as principais são: regularização ambiental dos empreendimentos; assistência técnica continuada aos micro e pequenos produtores; formação e capacitação de mão de obra qualificada; acesso a novas tecnologias para aumento de produtividade; desenvolvimento de tecnologia para produção de novas espécies, com ênfase em espécies nativas; redução dos custos de produção; acesso ao crédito; programas governamentais de incentivo à produção de pequena escala; desenvolvimento e agregação de valor a novos produtos; incentivo à piscicultura marinha, entre outros.
Diante desse cenário, o Brasil se destaca frente a outros países por sua disponibilidade hídrica, dimensão territorial, diversidade climática, variedade de ecossistemas, biodiversidade de fauna e flora e número de espécies propícias ao cultivo, além de espécies com seu potencial ainda não explorado.
(*Interino)