Cerca de 430 (97%) das espécies cultivadas a partir de 2007 foram domesticadas durante o século 20, das quais cerca de 106 surgiram durante esse período. Dada a importância do desenvolvimento em longo prazo para a aquicultura, é interessante notar que apenas 0,08% das espécies de plantas terrestres são conhecidas, e 0,0002% das espécies de animais terrestres foram domesticados, em comparação com 0,17% de espécies conhecidas de plantas marinhas e 0,13% das espécies conhecidas de animais marinhos. A domesticação de espécies aquáticas envolve menos riscos para os seres humanos do que os animais terrestres, o que explica o alto número de animais aquáticos domesticados.
Principais grupos de espécies cultivadas
Plantas aquáticas: as microalgas, também conhecidas como fitoplâncton ou algas planctônicas, constituem a maioria das algas cultivadas. As macroalgas, vulgarmente conhecidas como algas, possuem muitos usos comerciais e industriais, mas devido ao seu tamanho e necessidades específicas, não são facilmente cultivadas em grande escala. Peixes: a criação de peixes é a forma mais comum de aquicultura. Ela envolve a criação de peixes comercialmente em tanques, lagoas, lagos, rios e oceano, geralmente para a alimentação. No mundo, as principais espécies de peixes utilizadas na piscicultura são, nessa ordem, carpa, tilápia, salmão e bagre.
Crustáceos: o cultivo de camarões começou na década de 1970, e a produção cresceu vertiginosamente após esse período. Atualmente, a carcinicultura foi alterada de sua forma tradicional, em pequena escala, a uma indústria de grande escala. Os avanços tecnológicos têm permitido um crescimento responsável do segmento, buscando melhores índices de produtividade e fornecendo um produto de boa qualidade ao consumidor final. Devido à carcinicultura ser baseada em apenas duas espécies, o camarão branco do Pacífico ou camarão cinza (Litopenaeus vannamei) e o camarão tigre (Penaeus Monodon), as quais representam cerca de 80% de todo o camarão cultivado, o setor torna‑se suscetível às doenças, aumentando assim, os problemas sanitários e ecológicos, surtos de doenças com altos índices de mortalidade, o que gera críticas de ambientalistas. A partir de 1999, o setor vem buscando alternativas para desenvolver e promover práticas e programas sustentáveis para a atividade. Moluscos: os moluscos produzidos pela aquicultura incluem, principalmente, ostras e mexilhões. Esses bivalves são filtradores e dependem da produção primária ambiente, em vez de entradas de alimento, como é o caso da produção de peixes e camarões. Em muitos casos é tida como uma aquicultura benéfica, dependendo da espécie e condições locais de cultivo. Os moluscos cultivados de forma sustentável podem receber certificações, como é o caso da World Wide Fund for Nature (WWF). Outros grupos: outros grupos incluem os répteis aquáticos, anfíbios e invertebrados, como equinodermos e água‑viva. Os equinodermos comercialmente cultivados incluem os pepinos do mar e os ouriços do mar.
(*Interino)