O carnaval de Laguna começou com o famoso “Zé Pereira”, que constava de um bumbo, uma caixa de rufo e um par de pratos. Logo após, fundaram-se as Sociedades Carnavalescas como “Tenentes do Diabo”, “Guaranis” e tantos outros. A partir daí, Laguna teve sua época de ouro no Carnaval. Os carros, que de mutação, alegóricos ou de crítica, eram o máximo em beleza, esmero, acabamento e idéias das mais geniais. As guardas de honra, com seus cavaleiros, e suas indumentárias originais buscavam vestes ora na época da cavalaria da Idade Média, ora trazendo fardas das guardas que montavam a segurança dos maiores reinados. À frente desta guarda de honra, apareciam quarenta ou cinqüenta garbosos cavalheiros ainda melhor ornamentados do que os primeiros.Em 1924, surgiram os “Pingos e Respingos” e os “Respingados’, também nessa época surgiram os blocos de salão, como “Pavão Branco”, que ficou lembrado em todo sul do Estado. Foram rivais os blocos de muita beleza, como “Toureiros” e “Damas Antigas”, sendo que o primeiro pertencia ao Clube Blondin e o segundo ao Clube Congresso. Outros blocos se organizaram como o “Bambo”, que deixou para Laguna seu nome plantado como formoso nas artes carnavalescas. Depois da década de 30, os blocos não só eram organizados para os salões, mas ainda, passavam a animar as rua com suas belíssimas fantasias e músicas próprias para o carnaval. Nomes famosos são, para Laguna, o que um Joãozinho Trinta ou um mestre Ary Barroso contribuíram para os carnavalescos cariocas. Entre eles, vale recordar (com escusas a involuntárias omissões), os de Murilo Ulysséa (exímio pianista), Paulinho Baeta (saxofonista de renome), Manoel Silva (vocalista aplaudido e admirado), Fernando Eggert (compositor de rara inspiração), Maestro Bessa, da velha Banda Carlos Gomes, Maestro Alano (do Conjunto Ravena), enfim, uma gama imensa de artistas sem nenhuma pretensão, material ou financeira, que emprestaram sua competência e arte à causa da cultura lagunense.
A evolução do carnaval
Um prefeito da época, muito se dedicou a este evento, criando a “Batalha de Confete”, um grande momento do carnaval de Laguna. Após a Guerra, o nosso carnaval tomou novo impulso, transformando-se no maior evento turístico do Estado de Santa Catarina. Com a fase “Bola Branca” e “Bola Preta’, dois grandes rivais do carnaval de Laguna , surgiram sucessivamente, os blocos Rancho e Escolas de Samba, tornando o evento cada vez maior e mais bonito. Assim o carnaval lagunense apresentou fases diversas, pois houve época em que as grandes atrações foram os carros alegóricos e de mutações, assim como posteriormente foram os cordões de carnavalescos “Bola Branca” e “Bola Preta”. Hoje o carnaval de Laguna é um somatório de todas as fases, acrescido de uma participação popular das mais contagiantes. Mesmo composto por cinco escolas de samba (Brinca Quem Pode, Os Democratas, Mocidade Independente, Vila Isabel e Xavante), que este ano não terão o tradicional desfile, a cidade terá apenas o Carnaval de blocos, na praia do Mar Grosso. Mas o conjunto de escolas e bandas compõe o acervo e a tradição de mais de 100 anos de vida carnavalesca, orgulho de todos os lagunenses, em particular, das nossas entidades carnavalescas.
Tradição
A cada ano que passa, Laguna confirma a tradição de promover a melhor festa de carnaval do sul do País. A realização do carnaval lagunense é um grande e especial motivo para que milhares de visitantes e turistas se locomovam até Laguna e durante quatro ou cinco dias, cheios de alegria, desfrutem da cavalheiresca cordialidade lagunense numa festa de raro esplendor e procedente renome. Sua realização este ano terá apenas um endereço: Praia do Mar Grosso, com as conhecidas concentrações dos blocos, que oferecem inúmeras atrações. No último carnaval, os foliões se concentraram em massa na praia do Mar Grosso, se divertindo sem parar desde o primeiro dia de festa, do início da tarde, até o amanhecer do dia seguinte, e essa tem sido a rotina, até pelo menos, na quarta-feira de cinzas.
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