A era ecozóica parte de uma visão do universo em cosmogênse. Sua característica não é a permanência mas a evolução, a expansão e a auto-criação de emergências cada vez mais complexas que permitem o surgimento de novas galáxias, estrelas e formas de vida na Terra, até a nossa vida consciente e espiritual.
Não temem a palavra espiritual porque entendem que o espírito é parte do próprio universo, sempre presente mas que num estágio avançado da evolução se tornou em nós autoconsciente, percebendo-nos como parte do Todo.
Esta era ezóica representa uma restauração do planeta mediante uma relação de cuidado, respeito e reverência face a esse dom maravilhoso da Terra viva. A economia não é da acumulação mas do suficiente para todos de modo que a Terra refaça os seus nutrientes.
O futuro da Terra não cai do céu mas das decisões que tomarmos no sentido de estarmos em consonância com os ritmos da natureza e do universo. Cito Swimme: “O futuro será determinado entre aqueles comprometidos com o Tecnozóico, um futuro de exploração crescente da Terra como recurso, tudo para o benefício dos humanos e aqueles comprometidos com o Ecozóico, um novo modo de relação para coma Terra em que o bem-estar de toda a comunidade terrestre é o principal interesse”(p.502).
Se esse não predominar conheceremos possivelmente uma catástrofe, desta vez efetuada pela própria Terra, para se livrar de uma de suas criaturas que ocupou todos os espaços de forma violenta e ameaçadora das demais espécies, que, por terem a mesma origem e o mesmo código genético, são seus irmãos e irmãs, não reconhecidos mas maltratados e até assassinados.
Temos que merecer subsistir nesse planeta. Mas isso depende de uma relação amigável para com a natureza e a vida e uma profunda transformação nas formas de viver. Swimme ainda acrescenta: “Não poderemos viver sem aquele insight especial que as mulheres têm em todas as fases da existência humana” (p.501).
Essa é a encruzilhada de nosso tempo: ou mudar ou desaparecer. Mas quem crê nisso? Nós continuaremos a gritar.