Tem talento lagunense brilhando na Netflix. Formada em Publicidade e Propaganda pela Unisul, cursando Letras – Libras (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS), na UFSC, Alessandra da Rosa Pinho colhe os frutos de 20 anos de muito trabalho, coroados com a série Crisálida. Filha de Raquel Neto da Rosa e Nauro Martins Pinho, a focalizada, que mora em Florianópolis desde os 12 anos de idade, recorda como começou sua trajetória profissional: “Já desenvolvi trabalhos em produtoras, nas quais executei funções de assistente de figurino, direção de produção e produção. Em cada novo projeto, embarcava em uma missão diferente, fosse para documentários, filmes de ficção ou comerciais para televisão”. Em 2013, buscando novas perspectivas, fez um curso básico de Libras na Udesc: “Isso me fez abrir os olhos para um novo segmento, com a possibilidade de ser intérprete. Em seguida surgiu uma vaga na graduação de Letras – Libras na Universidade Federal. Participei da prova prática e consegui ingressar na universidade. Em 2014, com a imersão na cultura surda, através do convívio com os professores e alunos, acompanhava suas histórias de vida, tão ricas em conteúdo. Até que pensei que poderia levar isso para as telas. Escrevi um projeto e fiquei atenta a publicação de editais nos quais pudesse inseri-lo”. Assim surgia Crisálida, série de entretenimento, com linguagem bilíngue, que busca fazer com que o público reflita as dificuldades dos surdos: “Enquanto escrevia todo material, fomos contemplados com o Prêmio do Fundo Municipal de Cinema. Através desse recurso, conseguimos montar o piloto, que acabou se transformando em curta e agora é uma série’. Em 2016, em parceria com o marido, Sérgio, montaram a Raça Livre Produções: “Nosso foco é acessibilidade audiovisual, usando de recursos para que as pessoas surdas tenham acesso às obras. Recebemos os filmes prontos e produzimos esse conteúdo específico”, explica. Sobre a inserção da Crisálida na Netflix, a autora revela: “Sempre foi o meu sonho. Faz seis anos que eu e meu marido estamos escrevendo esse projeto. É um trabalho que requer paciência. Em 2016 o curta foi aprovado em vários editais, mas apenas em 2018 conseguimos finalizar a primeira temporada. Em setembro de 2019, ele foi transmitido na TV Cultura, oportunidade que deu uma repercussão muito boa. Agora em 2020, foi inserido no catálogo da Netflix. É a primeira série catarinense que conseguiu esse feito, uma produção pioneira no Brasil nesse formato e que busca divulgar a cultura surda no país”. Para o futuro, Alessandra faz planos: “Já fomos contemplados com o Prêmio Catarinense de Cinema, conquistando o primeiro lugar. Isso nos permite dar continuidade a série, com mais seis episódios para segunda temporada. É fato que o momento é difícil, afinal com a pandemia, a área da cultura foi uma das primeiras a parar e será a última a voltar. Mas pretendemos continuar o trabalho assim que for possível. Paralelamente, estou escrevendo meu TCC, pois me formo o ano que vem”. Se o assunto é Laguna, ela abre o coração: “Moro em Florianópolis há 30 anos, mas o sentimento por minha terra natal é grande. Tenho muito carinho pela cidade onde vivem meus pais, meus tios e onde passei minha infância. Tenho boas recordações de quando morava no Centro Histórico, brincava no quintal da Casa de Anita e na praça em frente a Igreja Matriz”.
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