Nascido aqui em 9 de junho de 1877 e falecido em 15 de junho de 1971, portanto aos 94 anos, o nosso focalizado, Antônio Bessa, carinhosamente chamado de Antonico, era filho de Maria (Coelho Netto), mais conhecida por Mariquinha do Bembêm e de Antonio da Silva Bessa, conhecido por “seu Bembêm”, então estabelecido com armazém na hoje Praça República Juliana. Cedo, já aos 9 anos, foi aprendiz de tipógrafo (ofício que lhe serviu ao mesmo tempo de “ganha pão”e de proveitosa escola) na Gráfica Futuro, de propriedade de Costa Carneiro. Aos 14 já era o tipógrafo responsável por toda a produção. Aos 24, casou-se com Olívia dos Santos, com quem teve seis filhos: Emmanuel, Marieta, Nida, Agenor, Manoel e Maria de Lourdes. Mais tarde acabou comprando a tipografia de seu padrinho e protetor, Costa Carneiro, e em seguida O Albor, então de propriedade de seu primo Adalberto, encontrando aí a sua vocação, que duraria por 59 anos, entregando-se totalmente à atividade que quase nada lhe rendia financeiramente. Aliás, seu sustento e de sua família, vinha do aluguel de algumas casas que possuía. A política também era uma outra grande paixão, chegando a presidir o Partido Republicano. Por três períodos assumiu a Superintendência Municipal de Laguna, cargo hoje equivalente a prefeito. Em 1945, filiou-se a UDN, sendo o seu maior líder na região, presidindo o diretório lagunense por muitos anos, com O ALBOR sendo porta-voz de Laguna e região e destacando candidatos e líderes do seu partido. Seu amor à cidade era tanto que, certa vez, quando em audiência com o então governador Hercílio Luz, este lhe perguntou: “Ô Bessa, tu sempre estais pedindo pela tua terra e pelo partido, nada para ti. Do que é que tu precisas? “Ele respondeu: “Eu, Governador, nada, mas minha terra precisa de muito. Se o senhor fizer por ela, estará fazendo por mim”. No carnaval, era torcedor fanático do Cordão Carnavalesco Bola Preta e mesmo não tocando nenhum instrumento, (com seus filhos Manoel e Agenor sendo exímios flautistas), a sua alegria era estar na Sociedade Musical União dos Artistas, entidade em que era presidente de honra. Em 9 de janeiro de 1965, edição 3053, O ALBOR circulou pela última vez. Com o falecimento do neto, Tuta, em 1967, o velho e incansável jornalista ficou muito abalado, perdendo ali a esperança de voltar a editar o querido jornal. Quando de seu falecimento em 15 de junho de 1971, durante o enterro em que teve o acompanhamento da Sociedade Musical União dos Artistas, quando esta fez uma parada, o ex-prefeito dr. Paulo Carneiro pediu ao maestro: “Toquem mais porque ele merece, hoje enterramos um rei”.
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