Na semana em que reflexões e ações relacionadas à luta contra o racismo e ao reconhecimento da contribuição da população negra na formação do país estão em pauta, nada mais justo do que destacarmos a trajetória de vida de Aparecida da Silva, a Cida, presidente da Reafro – Rede Brasil de Afroempreendedores.
Natural de Canelinha, atuando há 17 anos como Psicóloga Especialista em TCC, a filha de dona Maurina e de seu Evilazio recorda o começo de uma caminhada de muita luta: “Desde os meus 13 anos sempre quis ser psicóloga. Meus pais não tinham condições de me oportunizarem um ensino superior, então fui estudando em alguns colégios e fiz quatro cursos técnicos de segundo Grau, curso de Auxiliar de Escritório, de Magistério, de Técnico em Contabilidade e Administração e mais de 100 cursos breves na área da saúde. Depois fiz Pedagogia, mas não completei, pois sai para cursar o tão sonhado curso de Psicologia”.
Ligada ao universo político há mais de 40 anos, Cida foi candidata a deputada federal em 2022, estando atualmente na suplência: “Entendo a importância da política em nossa vida e acredito muito que é possível sim, ter política pública de qualidade para todos, sem distinção de ideologias, raças ou qualquer coisa que impede o individuo de ter dignidade e igualdade de oportunidades”, analisa a focalizada que ao longo de sua trajetória foi secretária municipal em sua cidade natal, e desde que adotou a terra de Anita como lar, também esteve no grupo intensamente engajada: “Participei de projetos sociais e de conselhos municipais, sendo convidada a participar da equipe da secretaria de saúde no governo do Cadorin. Depois, ajudei a coordenar a campanha eleitoral do Célio Antônio. Fui Chefe de Gabinete e Secretária de Assistência Social e Presidente da Fundação Irmã Vera e candidata a vereadora em 2012”.
Aos 57 anos, casada com Jairo, mãe de Eduardo e Filipe, Cida destaca a importância de um dia voltado a consciência negra: “Em Laguna esta discussão ganha nuances particulares devido ao contexto histórico e cultural da cidade, marcado por sua história colonial e pela herança cultural deixada por diferentes povos, incluindo africanos escravizados. Apesar disso, como em muitas cidades brasileiras, a presença negra e sua importância histórica nem sempre foram plenamente reconhecidas ou valorizadas. A data oferece uma oportunidade de revisitar e ampliar a compreensão sobre as contribuições da população negra na construção da cidade. Laguna poderia investir no reconhecimento de personalidades negras importantes, promovendo estudos e eventos que valorizem esse legado. Isso incluiria iniciativas como a identificação de locais históricos ligados à população negra”.
Sobre a Reafro e sua atuação, ela explica: “Sou presidenta da Reafro – Rede Brasil de Afroempreendedores. Nossa sede fica em São Paulo e estamos hoje espalhados por 26 estados. Nosso papel é desenvolver e fortalecer os negócios dos afroempreendedores. Com um organograma sistêmico e articulado com as Reafros Estaduais, desenvolvemos Programas de Mentoria Mente Preta, Reafro + Saúde/ Atendimento à Saúde Mental Afroempreendedora e o Programa de Tecnologia e Inovação-ReafroTech”.
Deixe seu comentário
Você precisa ser cadastrado para comentar.