Objetivando auxiliar a retomada do cultivo catarinense de camarões marinhos, o Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres), da Udesc em Laguna, criou o Grupo de Interesse em Carcinicultura, voltado a produtores, técnicos, extensionistas, professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados no tema.
O primeiro encontro do grupo, no último dia 26, teve uma palestra com o especialista Marcelo Borba, da empresa Phileo Lesaffre AnimalCare. Foram abordados o status atual e a eficiência da carcinicultura no Brasil e no mundo, além de novas ferramentas para melhoria consistente dos índices de produção.
Os participantes do grupo farão encontros a cada duas semanas para trocar informações e conhecimentos sobre as novas tecnologias de cultivo aos produtores. A próxima reunião será quinta-feira (10), no mesmo local.
Vírus da mancha branca
O Grupo de Interesse em Carcinicultura da Udesc Laguna surgiu a partir da necessidade de auxiliar os produtores de camarão no Estado, principalmente devido ao vírus da mancha branca. A doença não causa problemas à saúde humana, mas é a mais devastadora para a Carcinicultura no mundo, pois debilita os camarões ao atacar e destruir células de órgãos do sistemas digestivo e respiratório dos animais.
A partir de 2004, o vírus da mancha branca causou o fechamento de 92 fazendas de cultivo no Sul de Santa Catarina. Agora, na safra do último verão, cinco delas conseguiram voltar a produzir. Essa retomada da produção na região está relacionada aos baixos níveis da carga viral da mancha branca no Complexo Lagunar, segundo o coordenador do grupo de interesse, Giovanni Lemos de Mello, que é professor, pesquisador e chefe do Departamento de Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas da Udesc Laguna.
“A preocupação é com o aumento da carga viral e consequentemente com a volta da manifestação da doença. Foi por isso que reunimos os produtores, para que eles entendam que precisam investir em outros sistemas e para que se consiga produzir camarões de forma biossegura, sem a manifestação de doenças”, explica Mello.
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