Gente de nossa terra

Apolônio Remor

Em 28 de abril de 1893, Michele Remor e sua mulher, Maria Binda Fain, acompanhados dos filhos Antônio, Elizabeta, Apolônio, Dominice, Antônia e Arcângelo, deixaram Forno de Zoldo, na Província de Belluno, no norte da Itália, com destino a Rio Jordão, na época pertencente a Urussanga, aqui no sul do Estado, onde estava tudo por fazer, ao contrário da terra de origem, um ambiente super povoado, de civilização milenar. Mas toda a família Remor e outras trinta e três, arriscaram tudo por um futuro melhor para seus filhos. Os Remor escolheram a margem direita do rio Mãe Luzia, para erguer a casa rústica, coberta de sapé, fizeram as plantações de milho, arroz, feijão e ainda criaram vacas leiteiras, porcos e galinhas, fazendo com que a comunidade local crescesse e claro, eles, os Remor também desenvolvessem suas aptidões que possuíam por vocação e cada um, tomando um caminho diferente, com o nosso focalizado, Apolônio enveredando para as lides comerciais, estimulando os colonos a organizar cooperativas, aliás sendo o fundador de uma delas, a primeira do sul do Estado, em Nova Veneza, onde ficou estabalecido. Ele casou-se em 1902 com Margarida Silvestre, com quem teve os filhos João, Carlos, Alberto, Mário, Clara, Letícia, Itália, Gema e Amábile, as duas últimas nascidas aqui. Em 1918, resolveram se mudar para Laguna. Na terra de Anita, Apolônio estabeleceu-se como comerciante, com a firma A. Remor & Cia., (trabalhando com exportação de cereais, camarão seco, banha, etc) com os seus filhos João, Carlos e Mário, integrando-se à vida da cidade, o que foi seguido pelos outros filhos, netos e bisnetos. Participando de todas as atividades sociais, em 19 de julho de 1922 fundou (e depois construiu a sede, que já abrigou o Conservatório Lagunense de Música) e a sempre atuante Associação dos Vicentinos, destinada a auxiliar os necessitados. Ele também participou ativamente da campanha para aquisição e instalação do relógio da Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos.Transmitindo a todos a idéia de se deixar sempre para a família e a comunidade, melhor do que a recebeu, Apolônio deixou uma grande prole em Laguna. Só para rememorar, em um de seus escritos, “Os homens que fazem Laguna”, o saudoso Agenor dos Santos Bessa, disse que “em 1920 a família Remor já era conhecida por todos os lagunenses e que ao escolher Laguna para se estabelecer, Apolônio não chegou aqui de mãos abanando, até porque havia se desfeito de seus bens em Nova Veneza para investir em nossa cidade. Os Remor, diz Bessa, geraram trabalho e emprego”. Apolônio faleceu em 8 de junho de 1937.

Deixe seu comentário