Aquicultura e Pesca

Camarão-da-Amazônia: Valor agregado até no nome!

A coluna desta semana aborda a possibilidade do cultivo de uma espécie que possui um nome de peso: camarão-da-Amazônia! Este crustáceo, natural da bacia amazônica e da bacia do Pantanal, distribuindo-se também pelos estados de São Paulo e Paraná, entre outros, foi alvo de diversos estudos nos últimos anos no país. De sabor delicado e muito apreciado na gastronomia, este camarão já possui um pacote tecnológico de produção. Muito similar ao “primo” asiático gigante da Malásia Macrobrachiumrosenbergii, o camarão-da-Amazônia Macrobrachiumamazonicum destaca-se pela rusticidade, tolerar maiores densidades de estocagem comparado a outros camarões de água doce, ótimos desempenhos em sistemas de policultivos com peixes (tilápias, lambaris, entre outros) e até em consórcio com arroz (a famosa rizicarcinicultura). No mercado, este animal pode custar entre R$20,00 a até mais de R$50,00 o quilo, dependendo do tamanho. No Brasil, seu cultivo é maiormente realizado em viveiros escavados no mono ou policultivos. Segundo dados extraoficiais, existe um Laboratório comercial que comercializa as pós-larvas (formas jovens) no estado do Pará.

Acontecerá de 19 a 21 de outubro, na cidade de Bragança-PA, o II Seminário da rede de pesquisa do camarão-da-Amazônia. Este evento tem como objetivo divulgar os avanços das pesquisas, apresentar o pacote tecnológico gerado, traçar as próximas metas tecnológicas e elaborar estratégias de implantação de cultivos nas diversas regiões do Brasil. Além disso, a sede do evento (o estado do Pará), foi escolhida devido a sua vocação com o cultivo do M. amazonicum. Para isso, pretende-se reunir atores envolvidos na pesquisa do camarão-da-amazônia das diversas regiões do Brasil e abrir o evento para as comunidades tradicionais interessadas, setor produtivo, profissionais e alunos que atuam em aquicultura e pesca, assim como Secretarias de Pesca e Aquicultura interessadas em conhecer e fomentar a Aquicultura Sustentável com o uso do camarão-da-amazônia.

Por:
Prof. Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Engenheiro de Pesca
Prof. Dr. Giovanni Lemos de Mello, Engenheiro de Aquicultura
Prof. Dr. Jorge Luiz Rodrigues Filho, Biólogo
Prof. Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano, Zootecnista
aquicultura.pesca@gmail.com

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