Aos vinte oito dias do mês de fevereiro do ano de um mil, novecentos e quatro, nascia um dos maiores lagunenses, que esta terra viria conhecer; não seria um amor pela terra natal, mas sim, uma paixão imorredoura pelo seu desenvolvimento, pelo seu progresso, pelo orgulho de aqui ter nascido.Filho de dona Celina (Ceci) Rollin e de José (Juca) Guimarães Cabral, união de duas das famílias que formaram a genealogia lagunense, que além de Carlos, tiveram Francisco Carlos ( Chico Cabral), Olga e Armandina.Depois de Juca Cabral e João Neném (João Guimarães Cabral), sócios da primeira denominação da firma comercial Cabral & Irmão, um dos funcionários da Associação Comercial de Laguna, em 1923; os irmãos Carlos e Chico os sucederiam no comércio. Na Associação, Carlos foi presidente, vice-presidente e secretário, sempre lutando para o fortalecimento da entidade, assim como fizeram outros grandes comerciantes da época. Aliás, é bom que se diga que, com recursos próprios a Associação Comercial abriu a estrada Laguna/Jaguaruna, único caminho para o sul; construiu o primeiro aeroporto da cidade, inaugurado em 22.07.1951; também lutou e muito pelo grande sonho da Siderúrgica Nacional, Vitória/Laguna, idealizado pelo jornalista José Victorino de Lima, aprovado mas vetado pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1953.Na política, Carlinhos Cabral foi um dos apaixonados udenistas, defendendo honesta e ardorosamente a sigla partidária, sendo presidente do diretório e por diversas vezes compondo a bancada do partido na Câmara de Vereadores. Como tal, pelo progresso de Laguna defendeu seus projetos, assim como apoiou, pelo desenvolvimento de sua terra, projetos apresentados até mesmo pelos adversários políticos.Juntamente com os da sua bancada, doavam seus honorários para que a Prefeitura pagasse as despesas com os calçamentos das ruas da cidade.Com a mudança da política, Carlinhos abandonou a própria política. Aposentado de seus negócios, tornou-se um grande pescador, sendo o primeiro a pescar, na Laguna, com uma carretilha e molinete e igualmente o pioneiro na pesca com caniço na beira da praia, hoje muito utilizada nos torneios.Sua modéstia, com certeza, entende a falta de jamais ter sido homenageado condignamente, por todas as suas lutas e trabalhos relevantes, prestados com amor a sua querida Laguna. Faleceu em 11 de fevereiro de 1977.
(Com a colaboração de Antonio Carlos Marega).