(Parte final)
Por isso, os que sairam das escolas cristãs não se distinguiramk pela incidência social numa perspectiva de transformação. São antes pela manutenção do status quo do que por mudanças.
Nem por isso queremos olvidar nomes notáveis em vários estratos sociais para os quas o cristianismo foi uma escola de humanização e de compromisso com a sorte dos mais vulneráveis. Infelizmente não foram eles que definiram o rumo de nossa história de corrupção.
Para superarmos a crise da ética não bastam apelos moralizantes, sempre tão fáceis, mas uma transformação da sociedade. Antes de ser ética, a questão é política, pois esta, a política, é estruturada em relações profundamente anti-éticas.
Já faríamos muito se assumíssemos a pregação do primo de Jesus, seu precursos, São João Batista. Aos que lhe perguntavam o que deviam fazer, respondia:”Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem nenhuma, e o mesmo faça a quem não tem alimentos”. Traduzindo para a nossa situação seria: “seja solidário e não deixe de ajudar os mais necessitados”. Aos cobradores de impostos lhes dizia:” Não exija mais do que a taxa definida”. À polícia respondia:”não pratiques torturas nem chantagens contra ninguém (delação premiada?) e contente-se com seu salário.”
Deixando para trás o permanente valor da mensagem ética de João Batista,diria para ser brevíssimo: tudo deve começar pela família. Criar caráter (um dos sentidos de ética) nos filhos e filhas, formá-los na busca do bem e da verdade para não se deixarem seduzir pela lei de Gerson e evitar, sistematicamente, o jeitinho. Princípio básico de toda e qualquer ética: tratar sempre humanamente a cada ser humano.
Tomar absolutamente sério a lei áurea que é testemunhada em todas as tradições culturais e religiosas: “não faça ao outro o que não quer que te façam a ti”. Ou “ame o próximo como a ti mesmo” que na versão do evangelho de São Jão e de São Francisco é assim traduzida:”ame o outro mais que a ti mesmo”; “que eu procure mais consolar que ser consolado, mais compreender do que ser comprendido, mais amar do que ser amado.”
Siga o preceito de Kant: que o princípio que te leva fazer o bem, seja válido também para os outros. Oriente-se pelos dez mandamentos, escritos na Bíblia como forma de ordenar a vida social do Povo de Deus e, que no fundo, são universalmente válidos. Traduzidos para hoje: o “não matar” significa, venere a vida, cultive uma cultura da não violência. O “não roubar”: aja com justiça e correção e lute por uma ordem econômica justa. O “não cometer adultério”: amem-se e respeitem-se mutuamene, e obriguem-se a uma cultura da igualdade e pareceria entre o homem e a mulher.
Isso é o mínimo que poderíamos fazer para arejar um pouco a atmosfera ética de nosso país.
Repetindo o grande Aristóteles, o mestre da ética ocidental:”não refletimos para saber o que seja a ética, mas para tornarmo-nos pessoas éticas”.