Há algum tempo, existia um programa evangélico que se chamava fala que eu te escuto, e me lembrei dele esses dias em uma conversa com um colega consultor.
Estávamos falando sobre as dores dos líderes atuais, então surgiu o “chora que eu te escuto”.
Quando me refiro à Liderança, não faço qualquer associação a cargos, liderar significa reconhecer potenciais alheios e se predispor a desenvolvê-los e para isso, não precisa ser o CEO. Fazemos isso com filhos, pares e também, em cadeiras estratégicas.
Levando em consideração a realidade profissional que estou inserida, neste artigo quando falar de líderes vou me ater a líderes empresariais. E para estes, o momento de chora que eu escuto é relativo à importância de líderes terem profissionais com quem conversar. Não existem mais respostas certas, não existe mais seguir o planejamento estratégico, as respostas não vêm mais de cima para baixo e, por isso, a angústia toma conta. Os líderes estão desorientados, sem indicadores confiáveis, instabilidade financeira e emocional, tendo que encontrar soluções para garantir a sobrevivência, sim muitos estão sobrevivendo – líderes e negócios.
Mais do que nunca, investir tempo significativo para compartilhar medos, dúvidas e incertezas traz à tona a vulnerabilidade que sempre existiu, mas ficava embaixo do tapete e maquiada pelo controle, até então previsível, e resultados positivos.
Se você é líder, permita-se compartilhar – com profissionais adequados, seus anseios, expectativas, dores e medos.
Com certeza, explorando essas emoções e sensações, os potenciais também se expressam com maior naturalidade e então, processos decisórios, atenção, conversas difíceis e lidar com incertezas se tornam mais leves e abrem espaços para a coragem para liderar.
Mas faço uma ressalva, tem muitos vendendo lenços e apontando soluções milagrosas que nem sempre são efetivas e confiáveis, por isso, não chore em qualquer ombro.
Por Letícia Zanini – Master Coach, Psicóloga e Educadora Comportamental.